O Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, que combate o trabalho escravo e degradante no Brasil, vai contar com mais equipes de auditores fiscais. Uma específica para a região Sul do país, de caráter nacional, e outras cinco equipes que vão atuar no Mato Grosso. Atualmente, seis equipes de caráter regional já atuam nos estados do Pará, Maranhão, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Bahia.
Segundo o coordenador nacional do Grupo Móvel, Marcelo Campos, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, o aumento de denúncias de uso de mão-de-obra análoga a de escravo nos setores sucroalcoolerio, de erva mate e principalmente na indústria extração de pinus no Sul, motivou a criação de novas equipes regionais em Mato Grosso e um grupo para atuar no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Atualmente, o grupo móvel conta com sete equipes nacionais que realizam blitz em propriedades rurais denunciadas por uso ilegal de mão-de-obra, com ênfase na região Norte e Centro-Oeste. “Fora isso, temos as equipes regionais que realizam fiscalizações contra o trabalho escravo, mas que são subordinadas às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego”, explica Campos.
O grupo é sempre composto por auditores do trabalho, procurador do Ministério Público do Trabalho e policiais federais. “Desde sua criação, em 1995, já são mais de 28 mil trabalhadores resgatados de situação irregular”, avalia o coordenador do Grupo Móvel.
Este mês, 82 novos auditores serão empossados e vão compor as equipes em Mato Grosso. Eles já acompanham, desde o início do ano, as ações do Grupo para conhecer o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE no combate à escravidão moderna.
Para o titular da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Mato Grosso (SRTE-MT), Valdiney Arruda, há uma forte demanda por ações fiscalizatórias no estado. “Sobretudo acerca de denúncias de trabalho escravo na pecuária e no setor sucroalcooleiro. No ano passado, somente em Alta Floresta (MT), por exemplo, foram coordenadas pelo menos dez operações de fiscalização”, revela.
No MT, o grupo móvel já realizou este ano 16 ações de combate ao trabalho escravo, resgatando 192 trabalhadores. Para Arruda, a constituição das equipes vai permitir que a demanda, principalmente a rural, seja atendida. “O Mato Grosso ainda está estigmatizado por ser o segundo lugar no ranking no trabalho escravo”, ressalta.