O próprio governo do Estado já estuda a idéia de utilizar o asfalto ecológico, ou de borracha, nas estradas estaduais. O impeditivo hoje, segundo o secretário adjunto de Transportes da Secretaria de Estado de Infra-estrutura (Sinfra), Alexandre Melo, é mesmo o preço. Mesmo assim, Melo explica que pela sua durabilidade e condição de ecologicamente correto, deve ser utilizado pelo governo para obras de restauração.
O secretário adjunto explica que nas obras de primeira pavimentação o Estado usa asfalto do tipo tratamento superficial duplo, que é apropriado para esse primeiro trabalho e de custo bem mais baixo. Depois a manutenção é feita com lama asfáltica. Entre o 5º e 10º ano é que entraria o cimento asfático de petróleo (CAT) usinado a quente. É nesse tipo de asfalto que é utilizada a mistura de pneu.
Melo destaca que o penu é moído na consistência de areia de construção e misturado ao CAT aquecido em alta temperatura. O asfalto usinado a quente custa o dobro do superficial duplo e o de borracha 20% a mais que o primeiro. Ou seja, um custo muito além do que o que se gasta atualmente. “Mas o de borracha, além de ser ecológico, é muito melhor que outro, porque fica mais empermeabilizado. Tecnicamente é melhor”, faz questão de ressaltar.
O diretor da Cavalca Engenharia, Arlindo Cavalca Filho, destaca que a empresa trabalha com esse tipo de asfalto desde 2000 no Paraná. A maior parte das obras é para empresas privadas, mas ele diz que já atendeu também o setor público.
“Esse asfalto é um pouco mais caro, e o conceito de administração pública está ligado ao custo. Para pessoas leigas, a utilização desse serviço pode até ser caracterizada como superfaturamento”.
Cavalca frisa, no entanto, que o asfalto ecológico é utilizado em larga escala no mundo todo, principalmente na África do Sul e Estados Unidos. Ele lembra que o asfalto é melhor, chegando a ser de 15% a 20% mais resistente que o normal.
O diretor da empresa diz que o projeto da Ginco em Cuiabá é inovador e que dever ser até seguido por seus concorrentes.