PUBLICIDADE

Mato Grosso é o terceiro em mortes no trânsito

PUBLICIDADE

Mato Grosso é o 3º estado do país como maior índice de óbitos no trânsito envolvendo crianças e adolescentes com idades até 19 anos. Segundo o estudo Mapa da Violência 2012, divulgado ontem, durante o ano de 2010, 1.089 indivíduos faleceram vítimas de ocorrências enquanto caminhavam, dirigiam ou eram transportados em motos, automóveis, ônibus, bicicletas e caminhões. Deste total, 150 possuíam idades até 19 anos. Dentre os municípios mato-grossenses que fazem parte da lista das 100 localidades com maiores taxas de óbitos nesta faixa etária estão Rondonópolis (17º) e Cuiabá (78º).

Juntas, as duas cidades contabilizaram 49 mortes de crianças e adolescentes. O estudo foi realizado pelo Instituto Sangari. Exemplo da situação que pode ser verificada frequentemente, está o óbito de João Vitor Rezende Figueiredo, 14. O adolescente faleceu na segunda-feira (16), após a colisão entre um Civic e uma carreta. Ele e outras 3 mulheres, sendo Tatiane Ferreira Leite, 31, que também faleceu, estavam no carro de passeio, próximo a Rondonópolis, na BR-364. O acidente aconteceu no momento de uma ultrapassagem.

Para o comandante do Batalhão de Trânsito Urbano e Rodoviário (BPMTran/MT), coronel Wilson Batista, o número de mortes é consequência do desrespeito às legislações de trânsito e à ausência de fiscalização durante os anos de 2007 e 2010, época em que o BPMTran foi extinto. "As pessoas se acostumaram a desobedecer as leis de trânsito, pois não havia fiscalização". Ele explica que os óbitos também são reflexo da imprudência cometida por adultos, já que crianças e adolescentes com até 18 anos não possuem idade suficiente para conduzir motos e carros, por exemplo.

O aumento da frota de veículos no Estado é outro apontamento feito pelo profissional. Segundo estatística do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MT), Mato Grosso possui atualmente cerca de 1,3 milhão de veículos, sendo 451,8 mil motocicletas. "Frequentemente, vemos casos em que crianças são transportadas entre duas pessoas em motos. O veículo de duas rodas foi desenvolvido para no máximo 2 pessoas". A ausência de documentação também é outro problema diagnosticado. "A facilidade em se adquirir veículos faz com que as pessoas deixem de retirar a carteira nacional de habilitação (CNH)". Somente em Cuiabá, de janeiro a junho deste ano, o BPMTran emitiu 2,4 mil autos de infração para pessoas que pilotavam motocicletas sem CNH. De acordo com Batista, o fator auxilia no aumento de acidentes e mortes, já que a pessoa não habilitada acaba cometendo delitos, pois não conhece as leis.

O presidente da Comissão de Direito de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso (OAB/MT), Thiago França, destaca como causas graves a ingestão de bebida alcoólica agregada à condução de veículos por jovens e a presença de menores com idades entre 15 e 17 anos já sentados no banco do motorista. Exemplo disso foi o acidente que envolveu o filho do ex-secretário de Estado e empresário Alexandre Furlan. O adolescente de 17 anos dirigia um carro Edge verde, porém perdeu o controle e chocou-se em uma árvore, próximo a avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. Outras duas jovens estavam com ele e ficaram gravemente feridas. No que se diz respeito a morte de crianças com até 7 anos, o profissional destaca a ausência das cadeirinhas. A legislação entrou em vigor no ano de 2010, mas até o momento os condutores não a obedecem integralmente.

Para Batista e França os índices só serão reduzidos a partir do momento em que os governantes aplicarem mais investimentos no setor de trânsito e quando a população se conscientizar sobre as leis que devem ser respeitadas.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE