Com o término do período das chuvas cada vez mais próximo, o mês de julho traz de volta a Mato Grosso a insistente preocupação com os incêndios florestais e urbanos. O Estado já anunciou a proibição das queimadas a partir do próximo dia 15 e a efetivação do Grupo Especial de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais tentando combater o problema. No conjunto de ações, o governo afirmou ontem que serão investidos R$ 4,5 milhões em ações de conscientização, na aquisição de equipamentos e em uma melhor articulação com os municípios.
Sobre as prefeituras, o secretário de Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan, foi enfático ao cobrar o papel das administrações municipais no combate ao fogo florestal. “Estão deixando tudo sobre os ombros do Estado. É dever do município facilitar e incentivar a formação de brigadas rurais, de fiscalizar as queimadas urbanas, de conscientizar a população. Mas não vemos muito isso em Mato Grosso”.
Para Daldegan, o Estado tem como prioridade, e dever, cuidar de suas áreas de preservação permanente. “Isso não quer dizer que não vamos atuar em outras áreas, temos consciência e continuaremos combatendo os incêndios e queimadas onde quer que eles aconteçam”, afirmou o secretário.
Na parte operacional, este ano está previsto a locação de oito aviões específicos para o combate aos incêndios florestais, cinco a mais que em 2008. São sete com capacidade de transportar 1.500 litros e um que carrega três mil litros. Segundo o tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Alessandro Borges Ferreira, serão montados três pontos de apoio aéreo em Mato Grosso, um na Capital, outro em Sinop e o último em Água Boa. “Serão mobilizados 100 bombeiros para atuar no Grupo Especial, o dobro do que tivemos em 2008. Teremos 20 veículos para locomoção de nosso pessoal até onde o foco estiver. A estrutura está muito melhor agora”, disse.
A ciência também está entrando em cena para diminuir o avanço do fogo em Mato Grosso. O superintendente da Defesa Civil, Major Aguinaldo Pereira, adiantou que o Governo está adquirindo 30 toneladas do Licet-F, produto fabricado pela empresa Rio Sagrado Industrial Química Ltda, de Curitiba. Dissolvido em água, a utilização do composto químico permite que cada litro evite o avanço da queimada em uma área aproximada de três a quatro hectares, conforme o relevo e a vegetação do local. O produto é biodegradável, atóxico, não é corrosivo e, tem a mesma viscosidade e densidade da água, o que facilita a sua aplicação por terra ou ar, e não causa danos ao ser humano e nem ao meio ambiente.
Além de agredir o meio ambiente e a saúde da população, a queimada não autorizada pela Secretaria de Meio Ambiente é crime. O secretário da pasta, Luis Daldegan, destacou que foram aplicados aproximadamente R$ 900 milhões em multas em 2008. “As punições estão ainda em fase de defesa. Mas quem está no campo sabe que a fiscalização está em cima”, alertou.
Para os incendiários mais insistentes, a nova arma dos fiscais é a máquina fotográfica aliada ao GPS. Toda vez que os bombeiros forem até um incêndio, toda a área será georeferenciada e fotografada. As provas serão anexadas ao processo que resulta nas multas contra os infratores.