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Mato Grosso concentra 5% de áreas importantes para a conservação das aves no Brasil

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A Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil – SAVE Brasil, representante nacional da BirdLife International, uma aliança global de organizações não-governamentais que tem um foco especial na conservação das aves e seus hábitats, lançou o estudo "Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil: Parte II – Amazônia, Cerrado e Pantanal". Trata-se da segunda parte de um mapeamento que apresenta as IBAs (sigla em inglês para Áreas Importantes para a Conservação das Aves) no Brasil, e as espécies ameaçadas. As IBAs formam uma rede de áreas importante para assegurar, a longo prazo, a sobrevivência de populações naturais de aves. Portanto, são áreas cruciais que devem ser preservadas para manter não só as aves, mas toda a biodiversidade da região.

O mapeamento resultou em 74 áreas com requisitos para serem reconhecidas como IBAs na região Norte e Centro-Oeste do país. Destas áreas, 11 estão no estado do Mato Grosso e, juntas, representam aproximadamente 5 milhões de hectares ou 5% do território do Estado. "Ter essa quantidade de área total das IBAs em um estado com área de cerca de 90 milhões de hectares, destaca a importância da região do Mato Grosso para a conservação das espécies", explica Pedro Develey, diretor de Conservação da SAVE Brasil.

Nessas áreas é onde estão as 27 espécies ameaçadas: Penelope ochrogaster (Jacu-de-barriga-castanha), Harpyhaliaetus coronatus (Águia-cinzenta), Columbina cyanopis (Rolinha-do-planalto), Anodorhynchus hyacinthinus (Arara-azul-grande), Guarouba guarouba (Ararajuba), Culicivora caudacuta (Papa-moscas-do-campo), Clytoctantes atrogularis (Choca-de-garganta-preta), Cercomacra ferdinandi (Chororó-de-goiás), Sporophila nigrorufa (Caboclinho-do-sertão), Sporophila cinnamomea (Caboclinho-de-chapéu-cinzento), Conothraupis mesoleuca (Tiê-bicudo), Rhea americana (Ema), Neochen jubata (Pato-corredor), Morphnus guianensis (Uiraçu-falso), Harpia harpyja (Gavião-real), Primolius maracana (Maracanã-verdadeira), Gypopsitta aurantiocephala (Papagaio-de-cabeça-laranja), Amazona xanthops (papagaio-galego), Euscarthmus rufomarginatus (Maria-corruíra), Contopus cooperi (Piui-boreal), Synallaxis cherriei (Puruchém), Porphyrospiza caerulescens (Campainha-azul), Sporophila ruficollis (Caboclinho-de-papo-escuro), Oryzoborus maximiliani (Bicudo), Amaurospiza moesta (Negrinho-do-mato), Charitospiza eucosma (Mineirinho), Neothraupis fasciata (Cigarra-do-campo). Entre essas espécies, 16 estão em categoria de quase ameaçadas, cinco estão vulneráveis, três em perigo e três criticamente em perigo. Além disso, essas IBAs têm registradas 69 espécies endêmicas, ou seja, espécies cuja distribuição geográfica se limita apenas a determinada região no mundo.

De acordo com Develey, para que essas espécies sejam protegidas é de extrema importância que as áreas onde estão as IBAs também sejam protegidas e preservadas. "No caso do Mato Grosso, quatro IBAs tem grau de proteção parcial, apenas uma proteção total e seis não tem nenhuma proteção", exemplifica.

Entre as áreas protegidas estão o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, a Reserva Biológica do Jaru, as Estações Ecológicas do Rio Madeirinha, do Rio Roosevelt e Serra das Araras, os Parques Estaduais Tcucumã, do Araguaia e Encontro das Águas, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) dos Meandros do Rio Araguaia e da Chapada dos Guimarães, os Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Corixão da Mata Azul e Quelônios do Araguaia, a Floresta Estadual (FES) de Manicoré e a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) SESC Pantanal. "Esperamos incentivar a elaboração de políticas públicas, como as Unidades de Conservação (UCs), para que as áreas que ainda não são protegidas recebam atenção pela sua importância, mas educação ambiental e conscientização também fazem parte do processo. As autoridades, ONGs locais e a população são atores-chave para esses resultados", enfatiza Develey.

Para chegar a essas conclusões sobre quais áreas seriam consideradas IBAs e quais espécies de aves consideradas ameaçadas, os organizadores do livro levaram em conta quatro critérios globais unificados desenvolvidos pela BirdLife International: espécies globalmente ameaçadas, baseado na lista mundial de espécies ameaçadas; espécies de distribuição restrita, que apresentam distribuição geográfica global menor que 50 mil Km²; espécies endêmicas de regiões zoogeográficas, áreas onde o número de endemismo é igual ou superior a 50% do valor máximo encontrado entre todas as IBAs propostas e espécies congregantes, método para compilação que engloba principalmente as aves aquáticas e migratórias.

 

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