Com o fim das chuvas, a população de Mato Grosso já começa a sofrer com os efeitos das queimadas e do ar seco, clima característico da época no Centro Oeste. Apesar do esforço conjunto do governo estadual, entidades e administrações municipais para reduzir o número de incêndios, o objetivo está longe de ser alcançado, conforme mostra o levantamento histórico feito por Só Notícias junto ao Programa de Queimadas do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que se utiliza de satélites para mensurar os focos de calor registrados em todo o mundo.
Nos primeiros semestres de 2010 até 2018, período menos crítico pois ainda chove em Mato Grosso, apenas em dois anos o estado não ocupou o topo do ranking nacional entre janeiro e junho. Este ano, Mato Grosso já contabiliza 34.731 focos e responde por 17,9% das queimadas do Brasil, atrás apenas de Roraima com 30% da participação. Em 2016, o estado também ocupava a vice-liderança do indesejado ranking com 33.949 focos e 13,6% das queimadas. Novamente o estado só foi superado por Roraima.
O curioso é que os dois anos em que Mato Grosso saiu do topo do ranking, foram os que mais registraram focos que queimadas. Nos outros anos em que liderou, os números nunca foram superiores a 30 mil focos, conforme mostra o registro semestral abaixo:
2018 é 2º com 34.731 focos ou 17,9%
2017 era 1º com 26.939 focos ou 21,2%
2016 era 2º colocado com 33.949 focos ou 13%
2015 era 1º com 22.277 com 14,5%
2014 era 1º com 25.475 focos ou 17,2%
2013 era 1º com 26.466 focos ou 16,8%
2012 era 1º com 29.925 focos ou 17,7%
2011 era 1º com 8.182 focos ou 19,6%
2010 era 1º com 15.070 focos ou 24%