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Marcelândia: aviões ainda não começam combater fogo; mais de 100 casas queimadas

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Os aviões destinados pelo governo estadual para combater o grande incêndio em Marcelândia (210 km) ainda não começaram a jogar água. As chamas continuam no setor industrial onde cerca de 15 madeireiras foram atingidas (parte delas teve toda estrutura destruídas e outras foram parcialmente). A previsão era que o combate iniciasse logo ao amanhecer. Também não há nenhum caminhão do Corpo de Bombeiros. No local, há um helicóptero e algumas equipes da Defesa Civil trabalhando, orientando moradores e tentando evitar que o fogo se espalhe. As chamas diminuíram mas ainda venta e há perigo de se espalhar. Na Defesa Civil, em Cuiabá, os coordenadores estão em reunião. Só Notícias tentou contato, mas não foi informado quando começa as duas aeronaves, com capacidade para levar 4,5 mil litros de água, vão combater o fogo.

O prefeito Adalberto Diamante informou, agora há pouco, ao Só Notícias, que cerca de 100 casas (a maioria onde residiam funcionários de madeireiras foram destruídas). As chamas aterrorizam os moradores de Marcelândia desde ontem às 10:30h. Começaram no lixão (onde estão resíduos de madeira) e se espalharam, com o vento forte, atingindo madeireiras e casas.

As primeiras equipes dos bombeiros e defesa civil chegaram ontem à tarde, em Marcelândia. Um helicóptero está dando apoio. Os oficiais sobrevoaram a área e repassaram informações para as cúpulas e a Casa Militar do Governo Estadual que definiram a operação emergencial. “Montamos uma estrutura inicial de combate, orientando a população, atendendo prioridades. As chamas ainda estão e a situação continua crítica. Estamos fazendo combate efetivo ao fogo e trabalho preventivo. Mas ainda não temos em levantamento exato da área destruída. Mas é grande”, afirmou, ao Só Notícias, o major Aluizio Metelo Junior, do Corpo Bombeiros, que está no local.

As imagens são semelhantes a de um filme de terror. A destruição deixou rastro quilométricos. Conforme Só Notícias já informou, começou no lixão, perto do setor industrial e passou para algumas áreas rurais. O vento forte fez as chamas se espalharem e atingiram um barracão de madeireira passando para a primeira colônia (conjunto de casas de madeiras usadas pelos funcionários). As madeireiras e casas ficavam próximas uma das outras. As chamas altas e o vento forte fizeram com que, cada vez mais, o fogo aumentasse, causando muito mais destruição e desespero.

Marcelândia não tem Corpo de Bombeiros. Mas, sua gente, tem muita solidariedade. Não demorou muito para que dezenas de pessoas passassem a ajudar os que estavam na “linha do fogo”. Móveis, roupas, comida e demais pertences eram retirados das casas e colocados no outro lado da rua. Pás carregadeiras arrastavam madeira e toras que estavam nos pátios de outras madeireiras. Parte dos maquinários também foi salva. Mas com o avanço rápido do fogo, pouco foi salvo. Alguns poucos tanques, rebocados com tratores e com bombas, jogavam pequena quantidade de água. A rede elétrica foi desligada para evitar mais problemas.

O desespero tomava conta de empresários, funcionários, mulheres, crianças. 84 foram encaminhadas para o hospital municipal, com intoxicação da forte fumaça e alguns com queimaduras. Cerca de 14 ainda permancem hospitalizadas para terem outros cuidados. Nenhuma corre risco de morte. Mais de 100 pessoas desabrigadas foram levadas para escolas municipais e salão paroquial da Igreja Católica, onde ficarão nos próximos dias. Precisam de roupas e comida. Posteriormente, contarão com solidariedade para ganharem alguns móveis e recomeçarem a vida.

Ainda não é possível calcular o prejuízo com a destruição das madeireiras. Nesta 5ª, após os focos serem debelados, é que começa ser feito levantamento. A tragédia terá forte impacto na economia de Marcelândia, que tem a atividade florestal como um dos fortes pilares.

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Veja a reportagem feita pelos repórteres Wesley Vieira e Antonio Farias (Mutuca)





 

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