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Manobra com avião da TAM provoca desespero em Cuiabá

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Cerca de 180 passageiros do vôo JJ 3805 da TAM passaram por momentos de desespero na sexta-feira (29). O Airbus A-320, que saiu de Brasília, com destino a São Paulo, faria duas escalas: primeiro em Cuiabá e depois em Campo Grande. Ao chegar à Capital de Mato Grosso, os ocupantes foram surpreendidos com uma manobra brusca e os que moram em Cuiabá, puderam perceber que estavam sobre o Distrito Industrial. Um piloto ouvido pela reportagem ontem garantiu que houve erro, pois seria impossível o avião estar se preparando para pousar no Aeroporto Marechal Cândido Rondon e arremeter em cima do Distrito Industrial.

Alguns passageiros acreditam que o piloto estaria tentando pousar na pista da Estância Santa Rita, localizada no Distrito Industrial e destinada para pousos de aeronaves particulares. Quando percebeu que não era o aeroporto, o piloto arremeteu.

A aeronave é o mesmo modelo que derrapou na pista de Congonhas em junho do ano passado e provocou o maior acidente da aviação brasileira, com a morte de 199 pessoas.

O jornalista João Pedro Marques, que era um dos passageiros, conta que após o piloto arremeter, o avião virou de um lado para o outro por várias vezes. Segundo ele, o barulho da turbina era tão grande que parecia que o avião ia explodir. Após o fato, o jornalista conta que a aeronave deu duas volta em cima da pista do Aeroporto Marechal Rondon para depois pousar. Já no solo, o jornalista foi até o comandante, Ronaldo Aiala, e questionou o que tinha ocorrido. O piloto afirmou que não daria informações, pois não podia. Que explicações tinham que ser buscadas junto à assessoria de imprensa da empresa. “Ele disse para ter calma e que tínhamos que comemorar, porque estava todo mundo vivo”.

Ao descerem no aeroporto os passageiros perceberam a movimentação do Corpo de Bombeiros e tiveram a certeza que a situação realmente foi grave.

Um outro piloto afirmou ao jornalista que o comandante Ronaldo Aiala salvou a vida de todos, pois no avião é tudo automático e Aiala teria feito todo o procedimento de arremeter manualmente.

Depoimento – O diretor do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot, era outro passageiro. Ele relatou que o piloto teria feito “um procedimento de aproximação incorreta, corrigiu e teve que entrar na sequência dos pousos, esperando outros dois aviões pousarem. Daí ele foi acertando a posição”.

Entretanto, Pagot também afirma que na hora que o piloto arremeteu eles realmente estavam sobre o Distrito Industrial de Cuiabá. Pagot ainda enfatizou que estava claro, não chovia e não haviam nuvens que prejudicassem a visibilidade. “O caso tem que ser investigado. Imagina se fosse a noite”, declarou.

Uma série de fatos – O vôo da TAM atrasou 50 minutos para decolar de Brasília. As informações dadas aos passageiros era o peso da aeronave. Em Cuiabá a única explicação foi que “a pista não estava compatível com o pouso”.

Depois do medo em Cuiabá, alguns passageiros continuaram a viagem. O jornalista João Pedro Marques tinha compromisso em Campo Grande e continuou no avião. Logo após decolar mais um susto. Os tripulantes esqueceram de travar o carro de aço que é utilizado para servir as refeições aos passageiros. O objeto teria atingido um passageiro e foi segurado por outras pessoas até o momento que a aeronave se estabilizou. Segundo o jornalista, “só tinha gente tirando os terços e rezando” dentro do avião.

Marques ainda relatou que o piloto estava “muito branco”, que foi “humilde e educado”. “É um piloto muito experiente. Aparenta ter uns 60 anos”.

Entre os passageiros ainda estavam o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes e o secretário de Estado de Planejamento, Yenes Magalhães.

História – Depois dos dois últimos acidentes aéreos no Brasil, nos últimos dois anos, os passageiros afirmam que a tensão é muito maior em situações como a ocorrida no pouso em Cuiabá. No dia 29 de setembro de 2006, um Boeing da Gol caiu após se chocar no ar com o Jato Legacy 600. No acidente, os 154 ocupantes do Boeing morreram.

No dia 17 de julho de 2007 um outro acidente com proporções ainda maiores. O vôo JJ 3054 da TAM decola do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em uma aeronave Airbus A320. A aeronave não consegue realizar a manobra na pista de Congonhas e derrapa, atravessa a Avenida Washington Luis, colide com o depósito de cargas da TAM e provoca um incêndio no local. Foram 199 mortos.

Outro lado – Em nota enviada à reportagem, a assessoria de imprensa da TAM afirma que o piloto arremeteu antes de pousar no aeroporto de Cuiabá, que o procedimento é “normal na aviação”, e foi realizado devido “à variação repentina do vento”. “Em seguida, a aeronave fez uma nova aproximação e pousou normalmente. Toda a operação transcorreu em total segurança. A companhia ressalta que é inverídica a versão de que a aeronave esteve prestes a pousar em uma “pista errada”, destinada à aviação executiva”.

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