As manifestações populares que ganharam as ruas de Cuiabá a exemplo de dezenas de outras capitais brasileiras, já tem surtido efeitos na prática, como aprovação de leis pela câmara municipal promovendo melhorias no transporte público da capital e no passe livre estudantil, mas as mobilizações continuam, uma vez que a pauta é ampla e entre elas está a reclamação com o descaso da saúde pública no Estado. E, por este motivo, os manifestantes vão as ruas novamente, nesta sexta-feira (28), para protestarem. O primeiro protesto do dia está marcado para às 7h na região central de Várzea Grande.
Redes sociais continuam sendo as ferramentas essenciais para o diálogo e contato entre a maioria dos jovens que vêm participando dos atos que acontecem nas duas maiores cidades mato-grossenses. Em relação à capital, a página criada para o 3º Ato Cuiabá contra a corrupção e violência concentra diversas informações e enquetes para os participantes votarem e decidirem sobre trajetos. Traz ainda dicas de como se comportar durante a passeata e orienta os ativistas a não promoverem baderna ou vandalismo para assim o movimento não ficar enfraquecido ou não ser mal visto pela sociedade.
Pela mobilização de ativistas, via redes sociais, percebe-se que a cobrança por passe livre em 100% é uma das reivindicações dos varzea-grandenses que pretendem sair de casa logo cedo para chamar atenção do Executivo municipal que até o momento permanece calado sem emitir qualquer posicionamento e muito menos promover melhorias nos setores mais reclamados. A concentração está marcada para ocorrer na calçada de uma escola estadual na avenida Filinto Muller.
Um dos líderes do movimento, ressaltou que “é importante manter a mobilização de todos os segmentos da comunidade várzea-grandense, que somente agora tem sua voz ouvida pelos poderes constituídos”.
Já em Cuiabá, o trajeto do novo ato marcado para começar às 17h30, foi definido pela maioria, e o ponto de concentração e saída será novamente a Praça Alencastro, em frente à prefeitura, seguindo pela avenida Historiador Rubens de Mendonça (av. do CPA), passando pela Assembléia Legislativa até chegar ao Hospital Central, obra abandonada há 28 anos que será um dos alvos do manifesto. Depois, a passeata segue rumo à Praça das Bandeiras.
Um dos organizadores dos manifestos, Caiubi Kuhn, ressalta que a pauta é extensa e o movimento permanece forte. Ele explica que os principais temas que serão questionados nesta sexta-feira são os problemas na saúde pública de Mato Grosso e na educação. “O governo do Estado ainda não disse nada e não tomou qualquer atitude para atender nossa pauta. No cenário federal já vimos resultados como a rejeição da PEC 37 e votação no Senado Federal do projeto que torna a corrupção como crime hediondo. Aqui no município os vereadores aprovaram leis para melhorar o passe livre. Mas o governo de Mato Grosso o que fez?” questiona o jovem que é pós-graduando na UFMT e ativista de diversas causas sociais.
Ele cita que na pasta da Saúde, a obra do Hospital Central abandonada há quase 30 anos, a perda de medicamentos de alto custo ocorrida recentemente que resultou em prejuízos milionários aos cofres e principalmente à população que procura e não encontra os remédios, tratamentos e leitos de UTIs em unidades públicas. Na educação, reforça que é preciso mais investimento, nas escolas, valorização dos profissionais. Mas na prática, conta que tem ocorrido o inverso. “O governo vem a cada ano reduzindo os recursos para a Fapemat, para a educação. A Unemat está repleta de problemas, que são em boa parte oriundos da falta de investimentos”, diz Caiubi.