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Mais de 30 ninhos da maior águia do mundo são identificados em Sinop e mais 8 cidades

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: divulgação)

Ninhos da Harpia, a maior águia do mundo, foram identificados em Juína, Juara, Aripuanã, Colniza, Cotriguaçu, Nova Bandeirantes, Paranaíta, Sinop e Colíder. Segundo o biólogo Everton Miranda, atualmente, são monitorados 35 ninhos da ave na região. O trabalho voltado para o turismo é realizado por uma empresa multinacional em parceria com entidades e a ONF Brasil, ligada a uma estatal francesa.

“Nosso projeto é uma parceria entre algumas empresas diferentes e envolve uma parte de pesquisas. Uma das finalidades é o turismo, que a gente implementa nas propriedades do Norte de Mato Grosso onde há ninhos de Harpia”, explicou o biólogo, que é especialista em predadores de topo e já foi professor nas universidades do Estado de Mato Grosso (Unemat) e  Federal de Mato Grosso (UFMT).

Ele detalhou, ao Só Notícias, que os ninhos são encontrados pelos próprios moradores da região, como proprietários de áreas rurais, indígenas e coletores de castanhas. A recompensa para os que encontram os ninhos da Harpia é de R$ 500, em dinheiro. “A gente faz essa recompensa, após eu conferir o ninho na área. A ideia é integrar a comunidade local no projeto de turismo, para evitar que matem os bichos. Isso acontece, muitas vezes, porque (a Harpia) comeu uma galinha. Aí vai lá e mata”, disse Everton.

Segundo o biólogo, além da recompensa em dinheiro, o projeto desenvolvido na região envolve o turismo de observação das águias nas propriedades. “A gente estabelece um turismo na área, pagando uma contrapartida para o dono da área. Ele assina o contrato e passa a ser participante. Recebe só por ter a Harpia na propriedade. Não entra com custo nenhum. Também, no momento de colocar torre de observação para os turistas observarem, a gente adquire a montagem localmente. A abertura de trilhas é feita com gente da região. Mais uma vez, para permitir que o ecoturismo capilarize com as pessoas que são daqui”.

Atualmente, o projeto possui quatro torres de observação, que são instaladas alternadamente nas propriedades. A ONF Brasil possui ainda uma área de 10 mil hectares em Cotriguaçu, onde trabalha com reflorestamento e crédito de carbono. É neste local que é feita a aclimatação das aves que serão soltas na natureza, como os dois filhotes resgatados em Sinop e Colniza.

Conforme Só Notícias já informou, a fêmea de Harpia resgatada em Sinop foi encontrada com quatro fraturas nas asas, em 2018. Ela passou pelo setor de veterinária de silvestres da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), até a Sema determinar a soltura em Cotriguaçu. O filhote foi colocado na natureza em março do ano passado e, atualmente, está com cerca de 26 meses de idade.

O grupo ainda constatou que um filhote de Harpia macho, resgatado no ano passado, em Colniza, também está caçando por conta própria. O animal foi localizado durante um desmatamento ilegal e foi mantido em cativeiro, até ser repassado ao projeto. Os dois animais ainda recebem alimentação suplementar, uma vez que a Harpia tem um ciclo de vida longo e os animais da espécie só são considerados adultos após quatro anos.

Um estudo feito por pesquisadores do campus de Alta Floresta da Unemat, em colaboração com cientistas da UFMT, e instituições de Israel, Inglaterra e Estados Unidos, mostrou que a maior águia do mundo já perdeu mais de 40% de seu habitat. O documento foi divulgado no ano passado.

De acordo com Everton Miranda, a densidade na região Norte de Mato Grosso é de 2 a 5 ninhos a cada 100km². Ele explica, no entanto, que, nas áreas com mais de 70% de desmatamento, as aves não conseguem sobreviver. A harpia é a maior águia do mundo, chegando a 9 quilos e 2,2 metros de envergadura.

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