Cerca de 250 pessoas acompanharam, ontem à tarde, a audiência pública no auditório Milton Figueiredo, na Assembleia Legislativa para discutir o fechamento de 16 delegacias de Polícia Civil em Mato Grosso. Participaram do debate requerido pela Comissão de Segurança Pública e Comunitária, vereadores, prefeitos, deputados estaduais, representantes da área de segurança pública e sociedade civil organizada.
Estão na lista das que podem ser fechadas as delegacias de Carlinda, Castanheira, União do Sul – região norte – e mais 13 nas cidades de Juciara, Novo Santo Antônio, Alto Paraguai, Nova Marilândia, Santo Afonso, Nova Lacerda, Bom Jesus do Araguaia, Ponte Branca, São José do Povo, Tesouro, Acorizal, Jangada e Nossa Senhora do Livramento também tiveram o fechamento confirmado pelo governo do Estado.
A presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil, Edileusa Mesquita, explicou que dos 2.093 investigadores efetivos apenas 1.891 estão em atividade. O motivo é que os profissionais estão à disposição de outros órgãos, com afastamento por causa de problemas de saúde ou estão atuando na parte administrativa. “Com isso, reduz a atividade de investigadores de polícia para atender um demanda de 176 delegacias em 112 municípios. A quantidade de efetivo é muito curta”, disse, através da assessoria.
De acordo com informações da assessoria da secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), 46 policiais atuam nas delegacias citadas. Todos serão remanejados para reforçar unidades das cidades mais próximas.
A suspensão provisória das atividades das delegacias foi aprovada pelo Conselho Superior de Polícia e tem o respaldo da Sesp. Um estudo técnico apontou a necessidade de suspensão das atividades das delegacias por não apresentarem atendimento eficiente, por estarem sendo mantidas dois a três policiais e gerando custo de R$ 840 mil com aluguéis de prédios, energia elétrica e viaturas locadas.
A Polícia Civil tem 187 delegacias criadas, mas somente 162 estão ativas. O efetivo atual da Polícia Judiciária Civil é de 227 delegados (já inclusos os 15 que estão em formação na academia pelo concurso de 2017), 692 escrivães e 2.101 investigadores de polícia. Dezesseis anos depois, em 2019, apenas 54% dos cargos criados pela lei foram ocupados. A Polícia Civil tem atualmente 1 policial civil para 1.139 ou 1 delegado para 15.163 habitantes.