De acordo com balanço realizado pela Rede Mato-grossense de Bancos de Leite Humano (rmBLH), mais de 2 mil mães doaram leite em 2023, auxiliando no aleitamento de 1,6 mil bebês prematuros hospitalizados. A instituição é coordenada pela secretaria estadual de Saúde, contando com sete unidades de coleta, distribuídas na Baixada Cuiabana e nas regiões Sul, Médio Norte e Teles Pires de Mato Grosso.
“A gestão entende a relevância da amamentação e da alimentação complementar saudável. Temos investido em capacitações sobre a temática. Com a construção dos quatro novos Hospitais Regionais, a expectativa é de que a rede de banco de leite também seja ampliada no interior”, afirma o secretário da pasta, Gilberto Figueiredo. Ao longo do ano passado, a rede realizou 13 mil atendimentos, entre individuais e em grupo, fez a coleta de 2,9 mil litros de leite humano e a doação de 2,1 mil frascos de vidro com tampa, que foram utilizados para distribuir leite aos recém-nascidos.
Satisfeito com o resultado dos trabalhos realizados, o superintendente de Atenção à Saúde no Estado, Diógenes Marcondes, afirma que a equipe continuará fortalecendo as ações para o período atual. “A SES trabalha fortalecendo a rede de coleta para que mais pessoas que amamentam possam se tornar doadoras de leite humano e, consequentemente, ajudar no crescimento saudável dos recém-nascidos hospitalizados”, pontuou.
Conforme o nutricionista e integrante da equipe de Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável na secretaria, Rodrigo Carvalho, o leite materno proporciona mais qualidade de vida aos bebês recém-nascidos. “Entre os bons resultados está a prevenção de anemias, o fortalecimento do sistema imunológico, a redução da chance de desenvolver obesidade e a contribuição para o desenvolvimento cognitivo”.
Rodrigo destacou ainda que a campanha Fevereiro Lanranja, que visa a conscientização sobre a leucemia infantil, busca incentivar a doação de leite humano e a continuidade da amamentação. “Pesquisas recentes apontam que amamentar o bebê com leite materno por no mínimo seis meses pode reduzir o risco de leucemia infantil”.
Podem doar leite humano as pessoas que estiverem amamentando e produzem qualquer quantidade de leite para além do que o seu bebê necessita. “A doadora precisa estar saudável, não fazer uso de nenhum medicamento contraindicado para o período de amamentação e continuar amamentando o seu bebê por até dois anos ou mais e de forma exclusiva pelos primeiros seis meses de vida”, ressaltou o nutricionista.
Ao atender esses critérios, a pessoa pode se cadastrar em uma das seis unidades de coleta de leite humano distribuídas nos municípios de Cuiabá, (no Hospital Geral, no Hospital Universitário Júlio Muller, no Hospital e Maternidade Femina e no Hospital Beneficente Santa Helena), Rondonópolis (na Santa Casa de Misericórdia), Tangará da Serra (no Hospital Santa Ângela) e Lucas do Rio Verde (no Hospital São Lucas).
A equipe de Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável trabalha na implementação de estratégias de promoção, proteção e apoio à amamentação em todos os níveis de atenção à saúde. Uma delas é a Rede Mato-grossense de Bancos de Leite Humano, que está em expansão para outras regiões de saúde.
Nos próximos dois anos, mais dois bancos de leite humano serão implantados na região do Teles Pires, além de mais uma unidade na região Sul e outros quatro distribuídos nas regiões de saúde do Alto Tapajós, Médio Norte, Noroeste Mato-grossense e no Araguaia Xingu.”A rede trabalha para a implementação desses bancos em razão da construção dos quatro Hospitais Regionais que estão em obra nessas localidades”, conclui Rodrigo.