O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou em R$ 381 milhões a madeireira de propriedade do sueco Johan Eliasch, investigado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por suspeita de irregularidades na compra de terras na Amazônia.
De acordo com o Ibama, a empresa não cumpriu o termo de ajustamento de conduta assinado com o órgão em 2005, se comprometendo a apresentar certidões de posse e certificado de regularidade de propriedades.
A principal multa, segundo o órgão, refere-se à extração, transporte e comércio de cerca de 700 mil metros cúbicos de madeira – o equivalente a 230 mil árvores – em desacordo com a legislação ambiental brasileira.
Além da multa, o Ibama determinou o embargo federal nas áreas do plano de manejo da empresa. A regularidade das propriedades do empresário sueco também serão alvo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que estuda pedir o cancelamento de registros de terras supostamente adquiridas por Eliasch, na Amazônia.
Nos próximos dias, segundo o Incra, a Procuradoria Federal Especializada (PFE) enviará procuradores aos municípios amazonenses de Manicoré e Itacoatiara para verificar a existência de registros de imóveis em nome da madeireira Gethal nos cartórios municipais.
O Incra tem registro de 33 mil imóveis adquiridos por estrangeiros, que somam mais de 5,5 milhões de hectares.