O animal foi encontrado em avançado estado de decomposição dentro do forro do prédio da biblioteca da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Sinop. O local está passando por ampliação e o primata foi localizado pelos servidores da obra. A informação foi confirmada pela médica responsável pelos atendimentos aos animais silvestres, Elaine Dione Venega da Conceição, ao Só Notícias.
Segundo ela, os restos mortais foram recolhidos, passarão por um mapeamento e exames necessários para tentar descobrir as circunstâncias de como ocorreu a morte. “Recolhemos amostras de tecido hepático para fazer determinados exames e tentar identificar o que causou a morte. Devido ao estado que foi encontrado será feito exame de Proteína C Reativa (PCR). Normalmente é feito através da coleta do sangue do doador. Na coleta de sangue vamos buscar estabelecer uma resposta de indício da morte. Além disso, pode ser feito exame de necropsia, que faz o acompanhamento da coleta de amostra da patologia para tentar encontra algum tipo de lesão. Ou antígeno, que é uma substância capaz de analisar tecidos e conseguir verificar se existe ou não algum tipo de vírus”.
Elaine ressaltou ainda, que não há nenhum tipo de indício ou suspeita que a morte tenha sido causada pelo vírus da febre amarela, por exemplo. “É importante deixar claro que não há suspeita de infestação da febre amarela neste animal. Ele poder ter morrido em decorrência do calor. Ficou muito tempo preso dentro do forro e acabou morrendo. Nada indica ou têm associação com febre amarela”.
Outro macaco foi encontrado morto por moradores, esta manhã, nas proximidades do Parque Florestal, no bairro Jardim Primaveras. A assessoria da Secretaria de Meio Ambiente informou, ao Só Notícias, que o primata foi atropelado e acabou morrendo. Não foi informado se ele foi recolhido e encaminhado para realização de exames mais detalhados.
O foco de transmissão da febre amarela está no Espírito Santo e também em Minas Gerais. Neste último estado, o número de casos suspeitos chegou a 712, em janeiro deste ano. De acordo com a Secretaria de Saúde estadual há 40 mortes confirmadas. Minas é o estado mais afetado do país. No Espírito Santo, há 30 casos sendo investigados.
Em Mato Grosso não houve registro de pacientes com a doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue, zika e chikungunya. Quando os mosquitos picam um macaco doente, se tornam capazes de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem.