O laudo médico descarta aneurisma cerebral como causa da morte do aluno bombeiro Rodrigo Claro, 21 anos. O laudo foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga as circunstâncias da morte do jovem, ocorrida no dia 15 de novembro. A Polícia Civil apura denúncias de tortura e omissão de socorro sofridas por Rodrigo, durante sessões de afogamento comandadas pela tenente bombeiro Izadora Ledur de Souza. O laudo assinado pelo médico Fábio Ridolfi de Figueiredo aponta que: “Angiografia dos quatro vasos cerebrais por subtração digital sem evidências de malformações vasculares ou dilatações aneurismáticas”
O documento foi entregue por membros da equipe médica do Hospital Jardim Cuiabá, que foram responsáveis pela cirurgia de emergência realizada em Rodrigo, no dia 10 de novembro, após ele chegar inconsciente ao hospital com sinais de hemorragia cerebral. Segundo o advogado Júlio César Lopes, resta aguardar os exames complementares, realizados por médicos peritos do Instituto de Medicina Legal (IML), de Cuiabá. Os exames serão feitos em material retirado do crânio de Rodrigo.
A formatura dos outros 36 alunos da turma de Bombeiros à qual o jovem pertencia ocorreu na sede do Comando da Corporação, na noite de quinta-feira (1) e os colegas de Rodrigo fizeram um grito de guerra em homenagem ao amigo (veja vídeo na versão interativa).
A mãe de Rodrigo, Jane Patrícia Lima Claro, 37, e o marido, o subtenente bombeiro Antônio Claro, 43, que também foi promovido, não participaram da festa. Mas Jane disse que recebeu o vídeo e ficou muito emocionada. Entretanto, diz que a dor é muito grande pela perda e não teria condições de participar da formatura.
As denúncias de tortura feitas pela família de Rodrigo se baseiam, inclusive, em mensagens onde o jovem relatava à mãe a perseguição por parte da tenente. No treinamento do dia 10 de novembro, na Lagoa Trevisan, a tenente é acusada de praticar várias sessões de afogamento em Rodrigo, salvo pelos amigos.
Ele chegou a vomitar e passar mal com muita dor de cabeça. Mesmo assim deixou o local, distante mais de 20 quilômetros da cidade, pilotando sua motocicleta. Somente ao chegar no quartel do 1º Batalhão e dizer que se sentia mal, foi encaminhado à policlínica do bairro Verdão, onde passou a convulsionar. Foi transferido para o hospital privado e morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cinco dias após passar por cirurgia.
Após a morte de Rodrigo, outras denúncias contra a tenente Ledur surgiram, inclusive de um cadete que desistiu do curso depois de quase morrer em sessão de afogamento promovida por ela. Por decisão do comando dos Bombeiros, foi suspensa a promoção da tenente para capitã e ela e outros militares que atuaram no treinamento na lagoa foram afastados do curso, até finalização do Inquérito Policial Militar.
Ele foi sepultado em Sinop.