O Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Procuradoria Geral do Trabalho da 23ª Região e Ministério Público Estado de Mato Grosso com apoio da Assembléia Legislativa, lançaram uma campanha estadual de combate ao trabalho escravo com o tema ‘Quem aceita o trabalho escravo, ajuda cavar esta cova’.
Visa esclarecer a população sobre a gravidade do trabalho escravo e quais os tipos de situações que são classificadas como análogas à de escravidão, mostrar a realidade nos dias atuais e sensibilizar a sociedade para tomar partido na defesa da dignidade humana.
O procurador-chefe do MPT, José Pedro dos Reis, disse que a campanha quer coibir situações humilhantes que inúmeros trabalhadores têm vivido não somente em Mato Grosso, mas no estado do Pará, entre outros. ‘Trabalho escravo também é alojamento em condições humilhantes, falta de apoio médico, comida em péssimas condições, água suja para beber, transporte de risco, ameaça por dívida e falta de equipamento de proteção’, alerta a campanha.
Basta lembrar que, há poucos dias, 164 trabalhadores foram mandados de voltas aos estados de origem por não conseguir trabalho digno numa usina de álcool de Barra dos Bugres. Esses trabalhadores foram aliciados pelo chamado “gato”, figura sempre presente nessa prática de crime e que acaba ganhando dos dois lados: do trabalhador que paga ao gato para sair do seu Estado com a promessa de emprego garantido, e o empregador que encomenda a mão-de-obra.
O aliciamento de trabalhadores é crime e compõe as características do que se chama hoje de trabalho escravo contemporâneo.
De 2004 a 2007 ocorreram 38 operações do grupo móvel, 70 fazendas fiscalizadas, 1.413 trabalhadores resgatados e 2.953 resgatados.
Ainda serão feitas cerimônias de lançamento nos municípios de Rondonópolis, Alta Florestas, Juína, Sinop, São Felix do Araguaia e Tangará da Serra.