A justiça voltou a negar um pedido da defesa para soltar o principal suspeito de assassinar João Maria Monsson, 62 anos. A vítima foi morta em março de 2012, no assentamento Keno, cerca de 30 quilômetros de Cláudia (90 km de Sinop). De acordo com a Polícia Civil, João foi atingido por vários golpes de foice na cabeça, costas, braço e mão, que foi decepada.
Até o momento, dois pedidos para soltura do réu já foram negados, um em primeira instância e outro no Tribunal de Justiça. Agora, durante audiência, o advogado voltou a solicitar a soltura, sob o argumento de que o acusado está com covid, “é idoso, possui bons antecedentes e residência fixa” e pode “responder ao processo em liberdade”.
Em parecer, o Ministério Público manifestou de forma contrária ao pedido, argumentando que a defesa não trouxe qualquer alteração que demonstrasse que os requisitos autorizadores da prisão preventiva deixaram de existir, e que predicados pessoais favoráveis não são suficientes para ensejar a liberdade do réu. Em relação à declaração de que o acusado testou positivo para a covid, a Promotoria solicitou para que fosse oficiada a cadeia pública onde ele encontra-se preso, “solicitando relatório médico detalhado a respeito do estado de saúde”.
Em concordância com o Ministério Público, a Justiça de Cláudia entendeu pela manutenção da prisão. “Para a revogação da decretação da prisão preventiva seria imprescindível que a defesa trouxesse argumentos sobre eventual alteração do quadro probatório existente entre o dia da decretação da prisão e a realidade fática atual, o que não ocorreu, razão pela qual os argumentos trazidos não são suficientes para alterar o convencimento esposado exaustivamente na decisão que decretou a prisão preventiva do acusado”, disse o juiz Pedro Antônio Mattos.
“Na espécie, observa-se que a custódia cautelar do peticionante está calcada na constatação dos pressupostos da materialidade e dos indícios suficientes de autoria, na gravidade concreta do crime, uma vez que o delito foi praticado com extrema violência e cometido, supostamente, por motivo fútil, de modo que a custódia cautelar se mostra necessária e adequada como forma de resguardar a ordem pública”, complementou.
Conforme Só Notícias já informou, o suspeito de cometer o crime ficou foragido por vários anos, até que acabou sendo preso, em maio, após sofrer um acidente de trânsito, em Rondonópolis. Em junho, a defesa pediu à justiça de Cláudia para autorizar a soltura do réu, sob justificativa de que ele voltou para Rondonópolis por temer vingança por parte da família da vítima. A solicitação foi negada e a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça, que também não autorizou a soltura.
Informações de testemunhas apontam que o suspeito saiu correndo atrás da vítima, em um matagal e a atingiu com os golpes de foice. Ele fugiu em uma moto, modelo não informado, levando a foice. Ele acabou preso por embriaguez ao volante, em maio deste ano. Posteriormente, foi constatado o mandado de prisão da comarca de Cláudia. Atualmente, está preso na penitenciária Mata Grande, em Rondonópolis.