Os prazos processuais de ontem foram suspensos pela direção do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, após os servidores em greve ocuparem as dependências do Complexo Judiciário em Cuiabá. O comunicado foi feito ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Francisco Faiad, pelos desembargadores Maria Helena Povoas e Luís Ferreira.
O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinjusmat) radicalizou o movimento grevista iniciado há 11 dias fechando a entrada do fórum de Cuiabá. Tiveram acesso ao local magistrados e promotores. Advogados não conseguiram entrar para dar andamento aos processos. As exceções nos casos atendidos, com a autorização dos juizes, foi apenas para a soltura de presos, com alvará de soltura, e expedição de liminares para atendimentos médicos.
Com faixas e caminhão de som, servidores do Tribunal de Justiça chegaram ao fórum por volta das 11h e ficaram à frente da entrada do fórum. Cerca de 15 policiais militares da Força Estadual foram enviados ao local e se somaram aos 12 militares que normalmente fazem a segurança do fórum, mas nenhum incidente foi registrado. Gritando palavras de ordem, os manifestantes pediram a saída do desembargador Mariano Alonso Ribeiro Travassos, presidente do Tribunal de Justiça.
“Vamos pedir ao Conselho Nacional de Justiça que intervenha no TJ de Mato Grosso para afastar o presidente”, disse o presidente do Sinjusmat, Rosenwal Rodrigues. Os grevistas acusam o desembargador de não ter respeitado a decisão do Pleno no dia 19, que por 23 votos contra 2 (de Travassos e do relator Guiomar Teodoro Borges) votou parecer favorável ao pagamento dos passivos da URV.
O Pleno havia reconhecido a ação do Sinjusmat para pagamento retroativo de 5 anos da URV, de 11,98%, que em junho deste ano foi incorporado aos salários por decisão da Mesa Diretora, comandada pelo desembargador Mariano Travassos.