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Justiça remarca julgamento de maquiadora acusada de mandar matar marido e amante em Sinop

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: Só Notícias/Diego Oliveira/arquivo)

A justiça remarcou o julgamento da maquiadora Cleia Rosa dos Santos Bueno, 34 anos. Ela é acusada de mandar o amante Adriano Gino, 29 anos, matar o marido, Jandirlei Alves Bueno, 39 anos. Também seria responsável por contratar os irmãos José Graciliano dos Santos, 30 anos, e Adriano dos Santos, 20, para matarem Gino. Os crimes aconteceram entre 2016 e 2017.

Cleia e os outros dois acusados iriam a júri popular no próximo dia 29. No entanto, uma série de determinações judiciais no processo ainda está pendente e a juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, entendeu que não haveria tempo hábil para conclusão. Por este motivo, a magistrada redesignou o julgamento para o dia 2 de abril de 2020.

Cleia é a única dos três que irá a júri popular por duplo homicídio. Pela morte do marido Jandirlei Alves Bueno, 39 anos, ela vai a julgamento por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Em caso de condenação, poderá ter a pena agravada se for reconhecida pelos jurados como a mandante do crime.

Já pelo assassinato de Adriano Gino, 29 anos, a maquiadora vai responder em júri popular por homicídio qualificado, cometido de maneira cruel, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e para assegurar a ocultação e impunidade da morte de Jandirlei. Também poderá ter a pena aumentada, caso seja condenada, por ser a suposta mandante do assassinato. Ainda responderá por ocultação de cadáver.

Já os irmãos José Graciliano dos Santos, 30 anos, e Adriano dos Santos, 20, que teriam sido contratados pela maquiadora para matar Gino, irão responder por homicídio qualificado, cometido mediante promessa de recompensa, de maneira cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ainda serão julgados por ocultação de cadáver.

Em março, conforme Só Notícias já informou, os desembargadores da Terceira Câmara Criminal negaram um novo pedido de habeas corpus feito pela defesa de Cleia. No ano passado, os desembargadores já haviam analisado e negado pedido de soltura feito pela defesa. Este ano, os magistrados entenderam que “na inexistência de fatos novos, não se admite a impetração do habeas corpus para rediscussão de matéria já apreciada e julgada pelo Colegiado, em ação mandamental e/ou recursos manejados anteriormente, sob pena de ofensa à coisa julgada”.

A maquiadora é acusada de mandar o amante Adriano matar o marido e, depois, teria contratado José e Adriano, que trabalhavam como vigilantes no mesmo bairro que ela morava, para matar o amante. Os três foram presos no final de março do ano passado por policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf). Os irmãos levaram os investigadores até o local onde o corpo de Gino foi enterrado, em uma área de mata, na estrada Alzira. Ele estava desaparecido desde o dia 23 de dezembro de 2017. Na mesma vala, foi encontrada a motocicleta da vítima.

Jandirlei foi esfaqueado na residência do casal, no Jardim Florença, durante suposto latrocínio (roubo seguido de morte), que teria sido executado, segundo a polícia, pelo amante de Cléia. O marido da maquiadora foi atingido por dois golpes de faca, em outubro de 2016, e ficou internado por quase dois meses, porém, acabou falecendo. Na data do crime, a mulher contou à polícia que estava em casa, na companhia do esposo, quando foram rendidos por dois assaltantes. Na versão contada, Jandirlei teria reagido e sido esfaqueado.

Já os dois irmãos, supostamente contratados por Cleia, contaram à Polícia Civil como mataram Adriano Gino. “Ela primeiro ofereceu R$ 5 mil, depois um carro GM Prisma e nós aceitamos. Ela levou o amante até a casa dela, dopou com comprimidos e nós matamos com golpes de enxada. Depois colocamos no carro e escondemos o corpo”, disse um deles, na época da prisão.

Os três continuam presos. Em alegações finais no processo, a defesa da maquiadora disse que ela não participou da morte de Jandirlei. Também pediu absolvição em relação ao crime de homicídio contra Gino, alegando “excludente de culpabilidade consistente na inexigibilidade de conduta diversa”.

Já a defesa de Adriano dos Santos pediu a impronúncia do réu, afirmando que ele cometeu “crime impossível”, uma vez que o suposto amante de Cleia já estaria morto quando recebeu os golpes de enxada. Apontou também que José Graciliano é inocente e não participou do assassinato.

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