Dois julgamentos que estavam previstos para esta semana foram remarcados pela Justiça de Sinop. Na terça-feira (3), iria a júri popular o principal suspeito de assassinar Sebastiana Aparecida da Silva Flach, 40 anos. Em razão de testemunhas que não foram localizadas, a Justiça acabou adiando o júri para o dia 30 de junho.
A vítima foi assassinada com um golpe de facão, em dezembro de 2016, em uma chácara localizada na estrada Monalisa. O acusado de cometer o crime era marido da vítima e será submetido a júri popular por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra a mulher em razão de gênero (feminicídio). Em agosto de 2017, o Tribunal de Justiça acatou pedido da defesa e deu ao réu o direito de aguardar o julgamento em liberdade.
Outro júri que estava previsto para esta semana é de um homem e uma mulher acusados de envolvimento no assassinato de um adolescente de 15 anos, morto a tiros, na rua Antônio Porto, no bairro Jardim São Paulo, em janeiro de 2015. A jovem de 23 anos e um homem de 26 respondem por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
A dupla seria julgada nesta quinta-feira, porém, o promotor que atua no caso não poderia participar, em razão de estar em Cuiabá. Com isso, o júri foi adiado para o dia 26 deste mês. Os dois seguem presos.
O envolvimento dela teria sido apontado pelo própria vítima. A mãe do adolescente detalhou que conversou com o filho, enquanto era atendido pelo Corpo de Bombeiros. Ele teria dito que a jovem estava envolvida no crime. O pai do adolescente também foi ouvido pela justiça e confirmou a versão contada pela mulher. Ele disse ainda que o menor informou à mãe, enquanto era socorrido, que viu a acusada e mais uma menina “passarem em frente” da casa, onde ele morava, pouco antes de ser atingido pelos tiros.
A justiça chegou a arquivar o inquérito em relação à jovem, recebendo a denúncia apenas contra o homem de 26 anos. Na ocasião, o Ministério Público se manifestou contrário à abertura de ação penal contra a mulher, por ausência “de elementos probatórios para embasar o oferecimento da denúncia”. Desta forma, apenas o suspeito passou a responder por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
No final de 2018, houve o aditamento à denúncia. Com isso, a mulher também passou a responder por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Ela foi presa pela Polícia Civil em fevereiro deste ano.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o adolescente havia sido apreendido, no dia 26 de janeiro, acusado de pilotar uma motocicleta roubada. Dois dias depois, ao ser colocado em liberdade, foi atingido por cinco disparos de arma de fogo. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, porém, o jovem faleceu após perder uma grande quantidade de sangue.
O rapaz de 26 anos, ao ser preso, disse à polícia que a jovem não teve relação com o homicídio. Ele alegou que estava sendo ameaçado pela vítima e que, no dia do crime, discutiu com o adolescente. Em seguida, sacou o revólver e desferiu seis tiros em direção ao menor.
Afirmou ainda que desconhecia o motivo pelo qual o adolescente apontou a mulher como responsável pelo crime, mas acreditava que a razão poderia ter sido pelo assassinato ter ocorrido perto da casa dela. Também sugeriu que, por coincidência, poderia haver algum desentendimento entre os dois.