O juiz Darwin de Souza Pontes, da 1ª Vara Criminal e Cível de Canarana (838 quilômetros de Cuiabá) recebeu, no dia 12 de junho a denúncia do Ministério Público contra a bisavó da bebê indígena, enterrada viva por quase seis horas. "Preenchidos os requisitos legais, recebo a denúncia, na forma em que foi posta em juízo”, consta na decisão do magistrado.
Conforme o processo, ao enterrar a recém-nascida, a bisavó tentou matá-la asfixiada e com impossibilidade de defesa. O crime ocorreu na tarde do dia 05 de junho, na residência da acusada, em Nova Canarana, logo após auxiliar no parto da neta a adolescente, de 15 anos. Depois de cortar o cordão umbilical, a bisavó enrolou a vítima em um pano e a enterrou no quintal, numa cova de aproximadamente 50 centímetros.
A família não aceitava a gravidez da jovem pelo fato dela ser mãe solteira. Testemunhas relataram ao Ministério Público que a conduta criminosa foi premeditada e orquestrada semanas antes ao nascimento da criança. A cova foi aberta pela manhã, no dia do parto.
A recém-nascida foi resgatada por policiais militares e civis após uma denúncia anônima. A bebê foi transferida para a Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá, onde permanece internada na UTI. A bisavó cumpre a prisão preventiva na Funai.