A Justiça acolheu requerimento do Ministério Público do Estado (MPE) e determinou a revogação da autorização de trabalho externo ao reeducando Fernando Veríssimo de Carvalho. Ele foi condenado a 31 anos e 4 meses de reclusão, em regime fechado, pelo homicídio quadruplamente qualificado de sua companheira, Beatriz Nuala Soares Milano, 27 anos (foto).
A vítima, que estava grávida de quatro meses, foi morta com requintes de crueldade, em novembro de 2018, no bairro Vila Aurora, em Rondonópolis (212 quilômetros de Cuiabá). Fernando é médico e estava trabalhando na área de medicina, junto à Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (CODER), no bairro Vila São José.
No pedido de revogação, o promotor de Justiça Reinaldo Antonio Vessani Filho apresentou vários questionamentos em relação à autorização que havia sido concedida ao réu. Segundo o MPMT, no período em que esteve exercendo atividades na Coder o réu realizou 33 saídas sem autorização. Foram apresentados ainda outros deslocamentos irregulares entre janeiro e fevereiro deste ano.
Conforme pedido do MPMT, a Justiça determinou a oitiva do reeducando, que deve ocorrer de forma virtual no dia 29 de agosto, com a presença da defesa, para análise da aplicação de falta grave, ou não, devido aos diversos descumprimentos comprovados das condições do trabalho externo.
Para que o recuperando não deixe de trabalhar e possa remir sua pena, a magistrada determinou à direção da unidade prisional para que informe quanto a possibilidade do trabalho interno do recuperando Fernando Veríssimo de Carvalho, no setor de saúde da Penitenciária Mata Grande.
O médico foi a julgamento e o tribunal do júri reconheceu que o assassinato foi cometido por motivo fútil e torpe, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e em decorrência de violência de gênero, baseado em violência doméstica ou familiar, pelo fato de a vítima estar grávida.
Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, Fernando de Carvalho matou Beatriz Milano com golpes na cabeça. O médico e a vítima eram conviventes e haviam se conhecido no Estado de São Paulo, onde residiam, dez meses antes dos fatos. O relacionamento era conturbado e, quando Beatriz descobriu a gravidez, Fernando não se interessou pela gestação e chegou a questionar a paternidade.
Segundo apurando nas investigações, o réu se mostrava ciumento e de temperamento explosivo. No dia do crime, em que comemoravam dez meses de relacionamento, Fernando levou Beatriz para jantar e a pediu em casamento. Após retornarem do encontro romântico, o casal teria se desentendido quanto à compra de um carrinho de bebê pela internet, quando ele a matou. O médico arrumou o corpo da vítima, grávida de quatro meses, na cama do casal e comunicou o falecimento à família e à polícia na manhã seguinte, fingindo ser morte natural.
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