A Justiça do Rio negou o pedido de revogação da prisão preventiva do médico Denis Cesar Barros Furtado, 45 anos, conhecido como “Doutor Bumbum”. Preso desde o dia 19 de julho, acusado de homicídio qualificado pela morte da bancária de Cuiabá, Lilian Calixto, 46 anos, após um procedimento estético nos glúteos.
A cirurgia estética foi feita na casa do médico, numa cobertura na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. A bancária passou mal e acabou morrendo horas depois, ao ser levada pelo médico para um hospital, no mesmo bairro.
De acordo com o juiz Bruno Arthur Mazza Vaccari Machado Manfrenatti, da 1ª Vara Criminal do Rio, os motivos que levaram o médico à prisão permanecem inalterados. “É imperioso observar que a prova da existência do crime e os indícios suficientes de autoria já restaram sobejamente expostos, conforme fundamentado pela decisão que decretou a prisão. Observo, desta forma, a presença intacta dos requisitos que admitem a prisão preventiva. Portanto, por não ter sido trazida pela defesa qualquer alteração das situações fáticas ou jurídicas, que ensejaram a decretação da medida prisional, indefiro o pedido de revogação da prisão preventiva”, escreveu o juiz na decisão.
O magistrado marcou uma audiência para ouvir testemunhas da morte da bancária para a próxima terça-feira (11).
O médico Denis Furtado foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por homicídio doloso na morte da bancária. Além dele, também foram denunciadas pelo crime Maria de Fátima Barros Furtado, médica e mãe de Denis, a namorada e secretária do médico, Renata Fernandes Cirne, e a empregada doméstica, Rosilane Pereira da Silva.
Conforme Só Notícias já informou, Lilian morreu na madrugada do dia 12, horas após ser submetida a um procedimento estético para aumentar o glúteo, realizado em uma cobertura na Barra da Tijuca. Segundo parentes, a vítima saiu de Cuiabá, no sábado, para realizar as aplicações de silicone com Denis. O procedimento teria custado R$ 20 mil.
Após a intervenção, a bancária teve complicações e foi encaminhada pelo próprio médico para um hospital particular, também na Barra, onde chegou ainda lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão.
Ela teve quatro paradas cardiorrespiratórias e não resistiu. A hipótese inicial levantada sobre as causas da morte seria embolia pulmonar, devido à aplicação de produto sintético.
O médico teria usado a substância PMMA na bancária. A sigla significa polimetilmetacrilato, material parecido com plástico, composto por microesferas e utilizado para fazer preenchimentos corporais e faciais. O produto é aprovado pelo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas indicado para situações pontuais e em pequenas quantidades.
Segundo dito pelo “doutor bumbum”, anteriormente, seu ambiente de trabalho, a cobertura onde morava e foi feito o procedimento, tinha condições adequadas para cirurgia de bioplastia. Ao fim da entrevista, declarou: “A justiça será feita”.
Na época, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) cassou o registro do médico em um processo ético-profissional. Em março de 2016, o “Doutor Bumbum” foi alvo de uma interdição cautelar para o exercício da profissão, a qual foi suspensa três meses depois pela Justiça. O CRM-DF informou que o processo é sigiloso e não deu detalhes sobre o caso. O médico também possui registro profissional no CRM de Goiás.