A juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, negou o pedido de soltura do policial militar Marcos Vinicius Pereira Ricardi, 26 anos. Ele e Ronaldo da Rosa, 32 anos, são acusados de matar e esconder o corpo da enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, 43 anos, em setembro deste ano.
A defesa pediu a revogação da prisão preventiva apontando ausência dos “requisitos autorizadores”. Também destacou que “o acusado é primário, possui trabalho e residência fixa, de modo que possui todas as condições necessárias para responder o processo em liberdade”.
Para a juíza, no entanto, “na ponderação entre a liberdade individual do acusado e a segurança e a ordem pública, que são direitos de caráter difuso e coletivo e, ao mesmo tempo, de interesse público do Estado, entendo que os segundos devem imperar sobre o primeiro, ainda mais por inexistir qualquer ofensa ao princípio da presunção de não culpabilidade e ao fundamento maior da dignidade da pessoa humana, ambos previsto na Constituição Federal”.
No mês passado, a magistrada recebeu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra os suspeitos. Eles viraram réus por homicídio qualificado, cometido por de maneira cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra a mulher em razão de gênero (feminicídio). Ronaldo, no entanto, foi denunciado pela qualificadora do motivo fútil, enquanto o policial responde pela qualificadora do motivo torpe. A dupla também responde ação penal por ocultação de cadáver. O
Conforme Só Notícias já informou, Ronaldo foi preso em outubro, no Camping Club. “Sou inocente” foi a única declaração deu à imprensa, ao ser conduzido à delegacia pelos investigadores. Os policiais monitoraram ele por cerca de 10 horas e estavam com mandado judicial para prendê-lo. Durante interrogatório, permaneceu em silêncio.
Marcos foi o primeiro a ser preso e revelou que o corpo da enfermeira havia sido jogado em uma tubulação, nas proximidades do centro de eventos Dante de Oliveira. Confessou ainda ter participado do espancamento que resultou na morte de Zuilda. Ele acusa Ronaldo de também ter cometido as agressões.
O marido de Zuilda tinha um ponto de venda de espetinhos, no centro da cidade, onde Marcos trabalhava fazendo entregas. Inicialmente, conforme a versão do militar, a tentativa seria dar um susto na enfermeira simulando tentativa de assalto e a situação teria saído do controle.
Zuilda era funcionãria de um hospital e desapareceu no dia 27 de setembro. Ela foi velada e sepultada em Sinop.