O juiz em Santo Antônio de Leverger, Murilo Moura Mesquita, afastou a possibilidade de rejeitar a denúncia do Ministério Público Estadual contra Anastácio Marafon, 53 anos, acusado de matar a tiros o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Vilceu Marchetti, 60 anos, em 7 de julho. Ele também negou a desqualificação de agravante. A defesa preliminar alegava que a promotoria não “estaria apoiada em qualquer elemento probatório carreado aos autos”.
Só Notícias teve acesso à decisão onde o magistrado destacou que “há de se ressaltar, ainda, que a peça acusatória é clara e objetiva ao expor o fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, quais sejam, o falecimento da vítima em face dos disparos efetuados pelo réu”. Frisou que “assim, constatada a materialidade e havendo indícios suficientes de autoria, existindo nos autos material probatório mínimo e potencialmente apto a deflagrar a persecutio criminis e preenchidos os requisitos”.
O juiz definiu para dia 26 a audiência de instrução e julgamento, na qual ouve Anastácio. Ele era caseiro da fazenda onde o crime aconteceu, a cerca de 40 quilômetros do distrito de Mimoso, em Santo Antônio. Foi preso no dia 8 de julho e confessou o crime. A Polícia Civil informou, no mesmo dia, que todas as evidências provam que o motivo foi ter ficado furioso depois que Marchetti “passou a mão nas nádegas” de sua esposa. Disse que jogou a arma dentro de um rio. Houve procura, inclusive com o auxílio do Corpo de Bombeiros, mas nada foi encontrado.
A Polícia Civil descartou a hipótese de que o assassinato do ex-secretário tenha sido “queima de arquivo” – Marchetti foi condenado por atos de improbidade administrativa no processo conhecido como “Escândalo dos Maquinários”, por superfaturamento de R$ 44 milhões na compra de maquinários durante o governo do atual senador Blairo Maggi (PR).
A Justiça recebeu a denúncia do Ministério Público ainda em setembro.