O Tribunal de Justiça do Rio rejeitou um pedido de liberdade provisória, feito pela defesa de Renata Fernandes Cirne, de 19 anos, namorada do médico Denis César Barros Furtado, 45 anos, conhecido como “Doutor Bumbum”. Ela está presa desde o último dia 17, suspeita de ter ajudado o médico no procedimento estético que resultou na morte da bancária cuiabana, Lilian Calixto, 46 anos (foto).
A vítima morreu horas depois a se submeter a um implante nos glúteos.
O advogado de Renata havia impetrado um habeas corpus pedindo a revogação da prisão preventiva da namorada do “Doutor Bumbum”, embora contra ela houvesse apenas a decretação de uma prisão temporária, feita pelo juiz de plantão. No despacho em que negou a solicitação da defesa da suspeita, datado de segunda-feira, o juiz Bruno Arthur Vaccari Machado Manfretti, da 1ª Vara Criminal, revelou que uma outra vítima do médico apontou Renata como sendo a responsável, entre outras coisas, por captar clientes e realizar marcações de consultas e por combinar preços para os procedimentos.
Ainda de acordo com o despacho, a mesma vítima informou que o seu procedimento específico, que acabou não sendo realizado por conta de sua desistência ao saber do fato, iria ocorrer na residência de Renata.
Segundo o mesmo documento, após uma busca na mesma residência, feita por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), foram encontrados depois da indicação de Renata, material cirúrgico, medicamentos diversos, bem como aparelhos para exame de diagnóstico, usados por seu namorado.
A investigação da 16ª DP também informou que Renata teria assinado a autorização de internação de Lilian Calixto no hospital, onde a bancária morreu, na madrugada do último dia 15.
Além de Renata, estão presos por conta da morte da bancária, Denis Furtado e a mãe dele, também médica, Maria de Fátima Furtado. A exemplo de Renata, os dois também tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça.
Denis e Maria de Fátima foram presos por policiais militares do Recreio dos Bandeirantes, no último dia 19, em um centro comercial na Barra da Tijuca. Ambos também tentaram um pedido de habeas corpus, mas decisão foi negada pela justiça, de acordo com o Extra.
Atualmente, o trio está preso em unidades diferentes do Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), eles só poderão receber visitar de parentes após os familiares confeccionarem as carteiras de visitantes. O procedimento para obter o documento demora em média 20 dias.
Conforme Só Notícias já informou, Lilian morreu na madrugada do dia 12, horas após ser submetida a um procedimento estético para aumentar o glúteo, realizado em uma cobertura na Barra da Tijuca. Segundo parentes, a vítima saiu de Cuiabá, no sábado, para realizar as aplicações de silicone com Denis. O procedimento teria custado R$ 20 mil.
Após a intervenção, a bancária teve complicações e foi encaminhada pelo próprio médico para um hospital particular, também na Barra, onde chegou ainda lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão.
Ela teve quatro paradas cardiorrespiratórias e não resistiu. A hipótese inicial levantada sobre as causas da morte seria embolia pulmonar, devido à aplicação de produto sintético.
O médico teria usado a substância PMMA na bancária. A sigla significa polimetilmetacrilato, material parecido com plástico, composto por microesferas e utilizado para fazer preenchimentos corporais e faciais. O produto é aprovado pelo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas indicado para situações pontuais e em pequenas quantidades.