Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso negaram o pedido de liberdade formulado pela defesa de Alef Reis dos Santos, 20 anos, acusado de pilotar uma moto levando um adolescente na garupa, o qual teria supostamente matado, a tiros, Cristhofher Lucas Fernandes, 20 anos, no início de fevereiro, no bairro Boa Esperança. Para o advogado do investigado, não há justa causa para a manutenção da prisão, uma vez que seu cliente “desconhecia a intenção do acusado de matar a vítima”.
Porém, a alegação não foi acatada pelos desembargadores. “A magistrada singular, ao converter a prisão em flagrante em preventiva, o fez ao fundamento da necessidade de se garantir a ordem pública, em face da gravidade concreta revelada pelo modus operandi empregado na ação delituosa, homicídio praticado por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido (Cristhopher), fato este associado à prova da materialidade e indícios suficientes de autoria que, por ora, recaem sobre a pessoa do paciente (Alef)”.
O relator do processo, desembargador Pedro Sakamato, ainda ressaltou que “por derradeiro, primariedade, idoneidade, residência fixa e atividade lícita, por si sós, não bastam para assegurar a liberdade provisória quando presentes os fundamentos que alicerçam prisão preventiva, como no caso dos autos”. O voto foi seguido à unanimidade pelos demais desembargadores.
Este é o segundo pedido de liberdade negado pela justiça para Alef Reis dos Santos. Conforme Só Notícias já informou, a juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, também negou o pedido de liberdade provisória apontando que existem motivos para manutenção da prisão, “como garantia da ordem pública, tendo em vista a gravidade do delito supostamente praticado pelo denunciado (homicídio duplamente qualificado na modalidade tentado)”.
Para a magistrada, “o estado de preocupação e insegurança gerado pela liberdade do réu colide com sua garantia constitucional de se ver livre e autoriza a decretação de sua custódia provisória. (…) A sua segregação faz-se necessária para acautelar o meio social e a credibilidade da justiça, em face da conduta criminosa supostamente praticada por ele”.
De acordo com investigadores, Cristhopher voltava para casa, à pé, acompanhado da namorada e da cunhada, quando foi enquadrado pelos suspeitos. Alef e um adolescente são acusados de ter cometido o crime. Os dois estariam de moto, sendo que o menor teria supostamente disparado quatro tiros, um deles atingindo a cabeça da vítima, que chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e teve a morte cerebral constatada um dia depois.
Alef está no presídio Osvaldo Florentino Leite Ferreira, o “Ferrugem”, e o adolescente será responsabilizado em ato infracional e apresentado a Promotoria da Infância e Juventude. Um revólver calibre 38 foi apreendido bem como as roupas usadas pelos suspeitos. Ainda não foi apontada a motivação do crime.