Justiça mantém prisão de acusados de participação na chacina de Colniza (741 quilômetros de Sinop) e audiência para ouvir testemunhas e um dos acusados foi marcada para o dia 30 de janeiro. A decisão é do juiz substituto da Vara Única do referido Município, Ricardo Frazon Menegucci, que indeferiu pedido de revogação de prisão de três dos cinco acusados, entre mandante e executores do crime que chocou o Estado.
No dia 17 de agosto deste ano, a defesa dos acusados, ingressou com o pedido para que os réus respondessem o crime em liberdade, mas decisão acerca do recurso só ocorreu no começo dessa semana.
Conforme a defesa, não há indícios de autoria nos crimes, o que “obriga uma análise, ainda que perfunctória de todo o conjunto de elementos de convicção até aqui produzido”. Porém, o magistrado concorda com o ponderamento do Ministério Público do Estado (MPE) em relação a um dos acusados, que as testemunhas de acusação afirmaram que era “guacheba” (capanga) do outro envolvido.
Outro fato novo e que segundo Menegucci reforça a manutenção da prisão é o atentado contra uma testemunha, enquanto ela retornava do depoimento prestado à autoridade policial. Além disso, as testemunhas de defesa não relataram nada sobre as mortes, apenas sobre negócios e reputação dos acusados. Duas delas, inclusive, mudaram suas versões se comparadas com as declarações perante um tabelião, perdendo a credibilidade.
Diante destes fatos, o juiz concluiu que “nenhum dos elementos de convicção colhidos serviu, ao menos no entender deste juízo, para mudar de maneira relevante o contexto fático que ensejou a prisão cautelar dos acusados”.
O magistrado ainda enfatizou que um dos acusados, embora devidamente intimado para comparecer à audiência, não compareceu, tendo sido aplicado a ele o artigo 367 do Código Civil, que qual determina que o processo siga sem a presença do acusado.
Se condenados, todos os acusados poderão responder por homicídio triplamente qualificado (mediante pagamento, tortura e emboscada).
Conforme Só Notícias já informou, no dia 27 de novembro os acusados foram submetidos a audiência de instrução e julgamento. Foram ouvidas as testemunhas e os peritos prestaram esclarecimentos, ao final, os réus foram interrogados.
De acordo com a acusação do Ministério Público do Estado (MPE), no dia 19 de abril deste ano, os réus teriam seguido um trajeto pré-estabelecido em posse de armas de fogo e armas brancas e assassinaram as nove pessoas.
Segundo o MPE, os criminosos percorreram aproximadamente 10 quilômetros ao longo da estrada conhecida como ‘Linha 15’, assassinando, com requintes de crueldade, aqueles que encontraram pelo caminho, sem dar chance de fuga ou defesa.
As vítimas da chacina foram Fábio Rodrigues dos Santos, Valmir Rangel do Nascimento, Aldo Aparecido Carlini, Sebastião Ferreira de Souza, Izaul Brito dos Santos, Francisco Chaves da Silva, Edson Alves Antunes, Samuel Antônio da Cunha e Ezequias Santos de Oliveira.