O juiz da comarca de Diamantino (região médio Norte), Gerardo Humberto Junior, acatou a opinião do Ministério Público Estadual (MPE) e manteve a prisão do engenheiro topográfico acusado de matar, a tiros, o gerente de um supermercado, Celso Nunes de Oliveira, 34 anos. O crime aconteceu há menos de duas semanas, e o suspeito foi preso pouco depois.
A defesa tentou apontar ilegalidade na prisão em flagrante e ausência de requisitos para a prisão preventiva. Porém, de acordo com a decisão do magistrado, o conceito aplicado é o do flagrante presumido, não sendo “necessário que o autuado seja perseguido logo após ter cometido o crime, bastando apenas que o mesmo seja encontrado logo depois com objetos, armas, papéis ou instrumentos que possam levar a convicção de ser ele o autor do delito, caso esse que ocorre no presente feito”.
Em relação à prisão preventiva, Gerardo ainda ressaltou que “há nos autos evidências em relação à materialidade do crime e indícios do envolvimento do autuado no crime em apuração”, apontando que é “necessária a aplicação da medida excepcional de restrição de liberdade, em decorrência da conduta do autuado que se utilizou, ao que parece, de emboscada para efetuar a conduta criminosa”.
O crime aconteceu na estrada lateral do parque de exposição do município e o engenheiro também é acusado de tentar matar uma pessoa que estava com Celso. O sobrevivente disse aos policiais, conforme consta na denúncia, “que fizeram a primeira curva a direita do “fim do soja” e dez metros a frente ouviu de seis a sete disparos de arma de fogo (…); Viu clarão de disparo de arma de fogo dos dois lados da pista o que leva a crer que tinha ao menos dois atiradores no local”.
Com base nas oitivas, policiais chegaram até a casa do suspeito, que confirmou ter uma espingarda calibre 38. Em revista na residência, policiais encontraram ainda um estojo porta munições calibre 22, vazio. Segundo o investigado, a munição seria de uma espingarda que foi furtada de sua propriedade e que ele não chegou a fazer o boletim de ocorrência.
O acusado foi conduzido à delegacia e confessou a autoria dos crimes, dizendo que só atirou para espantar possíveis invasores e autores de furtos que vinham praticando caça ilegal em sua propriedade.
Após ser atuado pelos crimes, o acusado foi encaminhado para o anexo I da Penitenciária Pascoal Ramos (Polinter), em Cuiabá, local destinado a abrigar detentos que têm curso superior.