A justiça federal de Itaituba confirmou, ao Só Notícias, que o juiz substituto Gilson Vieira Filho determinou que os índios das etnias Kayapó e Mundurukudes acabem com o bloqueio nas BRs-163 e 230, no Pará. O manifesto que hoje entrou no sexto dia. Eles foram comunicados da decisão, pela Polícia Rodoviária Federal, mas continuam bloqueando a passagem de caminhões, veículos e ônibus.
O pedido de reintegração e consequente liberação das rodovias havia sido ajuizado pelo DNIT que agora deve se manifestar sobre a resistência dos manifestantes em liberá-las.
Hoje houve nova tentativa da ordem ser cumprida. “Eles permanecem irredutíveis e continuam com a manifestação”, informou, há pouco, ao Só Notícias, o tenente Raildo Silva dos Santos, da Polícia Militar, em Itaituba. O grupo, com aproximadamente 200 indígenas (incluindo mulheres e crianças), não informou quando vai sair das duas rodovias.
Eles protestam contra operações de fiscalização, por parte do Governo Federal, no combate às atividades de garimpos ilegais e desmatamentos em áreas indígena e querem autonomia para exploração de suas áreas.
A passagem de veículos é liberada, em média, uma hora por dia. À noite e de madrugada eles continuam com as barreiras impedindo a passagem. O tenente acrescentou que não houve conflitos até agora.
Irritados por estarem sendo impedidos de trabalhar, alguns caminhoneiros relataram muitos prejuízos por estarem atrasando a entrega de cargas (grãos, madeira, combustível, gás, alimentos e outros) e também relatam dificuldades com alimentação e água. A BR-163 é uma das mais importantes rotas para escoamento da soja, milho, madeira e demais produtos embarcados em municípios do Nortão que são levados até o porto em Miritituba (PA).