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Justiça manda caminhoneiros desbloquearem rodovias em MT; protesto continua

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A Justiça Federal de Mato Grosso determinou, no final da tarde, o imediato desbloqueio das rodovias federais interditadas por caminhoneiros em protesto contra o alto preço dos combustíveis e baixo preço do frete que inviabiliza a atividade. A decisão é do juiz da 3ª Vara Federal, Cézar Augusto Bearsi. Em caso de descumprimento, o magistrado determinou multa de R$ 1 mil por dia de fechamento ou perturbação do trânsito.

A ação de reintegração de posse foi proposta pela União contra o Movimento União Brasil Caminhoneiro em Mato Grosso. Em pelo menos outros 4 estados que também são afetados pelos bloqueios e a União havia recorrido à justiça, já tinham decisões desde esta terça-feira (24) determinando a desobstrução das vias. Consta nos autos que um protesto de caminhoneiros bloqueou 17 pontos de rodovias federais que cortam Mato Grosso. A União sustenta que a obstrução das vias causa diversos prejuízos à sociedade, pois coloca em risco o abastecimento das cidades do Estado prejudicando o tráfego em geral. Também destacou que os bloqueios que vêm impedindo a passagem de veículos de carga. As interdições já resultam em desabastecimento de alimentos e combustíveis em algumas localidades.

Nesta quinta-feira pela manhã, o bloqueio prossegue em sete trechos  das BR-163, de Rondonópolis, passando por Cuiabá até Sinop. Alguns líderes do movimento informaram, ao Só Notícias, que ainda não foram notificados da decisão. Em alguns trechos, carretas com combustível e câmaras frias (alimentos) passam. Em outros, não.

Nesta quarta à tarde, conforme Só Notícias já informou, a Polícia Rodoviária Federal fez o acompanhamento de um 'comboio' com cerca de dez carretas carregadas com combustível que estavam paradas nos bloqueios na BR-163 em Lucas do Rio Verde. Os carreteiros temiam sair das filas e serem agredidos ou terem veículos danificados por alguns motoristas que estão com outras cargas e não foram 'liberados" pelos manifestantes para seguir viagem. A PRF informa que em Sorriso também foi liberada passagem e, se necessário, também vai dar apoio para que as cargas com óleo diesel, gasolina e etanol sejam levadas para postos em algumas cidades do Nortão.

As carretas não vão todas para apenas um município e não foi confirmada a quantidade total de combustível que estas dez estavam levando. Porém, como há desabastecimento em diversas cidades, esse carregamento será 'solução provisória'. Em Sinop, por exemplo, 13 dos 20 postos estão sem óleo diesel.

O desabastecimento está tendo repercussão nacional. Esta tarde, o portal Terra também noticiou e mencionou dados fornecidos por Só Notícias. Boa parte dos postos em Sinop (onde há cerca de 96 mil veículos) está fechada e a preocupação das empresas é que parte de suas carretas e caminhões está parada, na fila sentido Cuiabá, para ir até as distribuidoras carregar e voltar. Esse fato pode causar demora ainda maior para normalizar o fornecimento não apenas na cidade mas nas demais, cujos donos de postos estão na mesma situação. A Polícia Rodoviária Federal informou, no início da noite, que não foi comunicada que carretas com combustível e câmaras frias estariam sendo liberadas para passar, sentido Nortão, nas BRS 163 e 364. Donos de postos estimam que uma parte considerável da frota esteja no trajeto entre Rondonópolis e Nova Mutum.

Há grande preocupação de produtores rurais da região Norte porque algumas fazendas estão sem óleo diesel para colheitadeiras realizarem a colheita da soja (na região falta colher cerca de 65% da safra). Algumas empresas também estão com estoques baixos de determinados produtos, como ração para animais.

Os caminhoneiros cobrando redução no preço do diesel e que empresas do agronegócio paguem preço melhor pelo frete. A presidente Dilma deixou claro, hoje, que não vai baixar o preço do combustível. O governo aceitou o pedido a prorrogação dos empréstimos do Programa Pró-Caminhoneiro por um ano.  Em alguns Estados haverá redução de pedágio para caminhoneiros e carreteiros.

Em Mato Grosso, lideranças do setor e deputados estão conversando com tradings do agronegócio para que seja pago preço mínimo do frete estabelecido pela Secretaria de Fazenda. Caminhoneiros reclamam que algumas estão pagando valor abaixo do estipulado para escoamento de grãos.

(Atualizada às 08:27hs 26/2)

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