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Justiça manda a júri popular por sete homicídios, roubo e furto acusado de chacina em Sinop

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: Só Notícias/Ana Dhein)

A Justiça de Sinop decidiu levar a júri popular Edgar Ricardo Oliveira, acusado pela morte de sete pessoas em um bar no bairro Jardim Lisboa, em Sinop, em fevereiro deste ano. A chacina vitimou Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josue Ramos Tenorio, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão (12 anos).

O suspeito será julgado por sete homicídios qualificados. Contra seis vítimas, a denúncia é de assassinatos triplamente qualificados, cometidos por motivo torpe, de maneira cruel ou de forma que resultou em perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas. Pela morte de Larissa, o réu será julgado por homicídio com quatro qualificadoras, incluindo crime cometido contra menor de 14 anos.

“Entendo que há indícios de que o crime foi praticado por motivo torpe, impulsionado pelo sentimento de vingança, em razão de o réu perder aposta em jogo de bilhar, utilizando-se de meio cruel, consistente no emprego de armas de fogo de elevado potencial lesivo e causadora de múltiplas lesões simultâneas, sendo as vítimas atingidas uma a uma, a maioria a curta distância, supostamente resultando em perigo comum, visto que os disparos foram efetuados em estabelecimento comercial, com várias pessoas e em direção à rua, colocando em risco número indeterminado de pessoas, bem como que uma das vítimas possuía tenra idade, sendo menor de quatorze anos”, afirmou juíza Rosângela Zacarkim dos Santos.

“Além disso, também há indícios de que o crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, posto que, as vítimas Maciel, Orisberto, Elizeu, Getúlio e Josué foram rendidas e encurraladas na parece, tendo os disparos sido efetuados, bem como as vítimas Adriano e Larissa, foram alvejadas pelas costas, enquanto corriam do local, de modo que não puderam esboçar qualquer reação defensiva”, complementou a juíza.

A magistrada também determinou que o réu deverá aguardar o julgamento na cadeia. Ela citou a necessidade de garantia da ordem pública “em razão da periculosidade real do agente, constatada do modus operandi supostamente utilizado para o cometimento do delito”.

Além dos sete homicídios, o réu também será levado a júri popular por furto e roubo. Ainda não há data definida para o julgamento. Edgar segue na cadeia Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, em Sinop e pode recorrer da decisão.

Conforme Só Notícias já informou, o outro envolvido, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em confronto com a polícia. Na denúncia do Ministério Público, consta que Edgar, acompanhado de Ezequias, apostou dinheiro em jogos de sinuca em um bar e perdeu cerca de R$ 4 mil para Getúlio.

Edgar, então, retornou ao estabelecimento acompanhado de Ezequias e “chamou a vítima Getúlio para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro, ocasião em que perdeu novamente e, de inopino, jogou o taco sobre a mesa, verbalizou com seu comparsa Ezequias que, de imediato, sacou uma arma de fogo e rendeu as vítimas, encurralando-as na parede do bar, enquanto Edgar se dirigiu à camionete e se apossou de uma espingarda”.

Em seguida, Edgar seguiu em direção às vítimas e efetuou o primeiro disparo contra Maciel Bruno, tendo, na sequência, realizado o segundo tiro em desfavor de Orisberto, enquanto o comparsa Ezequias disparou contra Elizeu. Edgar efetuou mais dois disparos, acertando Getúlio e Josue. Adriano e a adolescente Larissa tentaram correr e também foram atingidos por ele. As vítimas Maciel Bruno e Getúlio também foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas.

Para a promotora de Justiça Carina Sfredo Dalmolin, os crimes foram cometidos por motivo torpe, “impulsionado pelo sentimento de vingança em razão de perder aposta em jogo de bilhar”, e praticados por meio cruel, “tendo em vista que foram efetuados disparos de espingarda calibre 12, arma de elevado potencial lesivo e causadora de múltiplas lesões simultâneas, e também pistola calibre .380, sendo as vítimas atingidas uma a uma, a maioria a curta distância, o que revela uma brutalidade fora do comum e a ausência de elementar sentimento de piedade”.

“Após o assassinato das vítimas, Edgar e Ezequias subtraíram a quantia em dinheiro que estava sobre a mesa de sinuca do estabelecimento comercial, referente à aposta do jogo feita com a vítima Getúlio”, narrou a promotora de Justiça, acrescentando que Edgar ainda ordenou ao comparsa que pegasse o dinheiro, tendo ele subtraído a bolsa com o celular e os pertences pessoais de uma mulher que estava no local. Em seguida, os homens fugiram em uma camionete S-10 branca.

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