A Justiça decidiu mandar a júri popular um dos acusados de sequestro, tortura e assassinato de Pablo Ronaldo Coelho, de 24 anos, que estava em Mato Grosso a trabalho e foi morto em abril deste ano, no município de Nova Ubiratã (165 quilômetros de Sinop). No total, 11 suspeitos foram indiciados pela Polícia Civil.
O caso resultou em três ações penais. Em uma delas, três suspeitos haviam sido denunciados. Um deles faleceu e o outro teve a ação penal separada. Com isso, apenas um dos réus continuou sendo processado criminalmente na ação.
Ao decidir que ele deverá ir a júri popular, a justiça de Nova Ubiratã levou em consideração o depoimento de um sobrevivente, de testemunhas e de um dos acusados. O réu, por outro lado, nega envolvimento nas mortes.
“No caso, não se mostra possível a absolvição sumária do réu, diante de todo o conjunto probatório produzido nos autos, eis que em nenhum momento se provou não ser o réu o autor ou partícipe do fato ou se demonstrou causa de isenção da pena ou exclusão dos crimes”, consta na decisão.
O suspeito será julgado por homicídio triplamente qualificado, nas modalidades consumada e tentada, além de corrupção de menores e organização criminosa. Ele segue na cadeia e ainda pode recorrer.
No decorrer da operação, a Polícia Civil cumpriu oito prisões preventivas de criminosos identificados como mandante e executores da morte do jovem. Após a deflagração da operação Procusto e a individualização das condutas dos envolvidos, novas informações resultaram em mais três prisões cumpridas no início deste mês.
Segundo a polícia, Pablo estava em Nova Ubiratã a trabalho, junto com um amigo, vindos do interior de São Paulo e foram sequestrados no dia 19 de abril, quando estavam em um bar, foram levados a uma casa, sofreram diversas torturas na madrugada e, na manhã do dia seguinte, foram levados a uma área de mata da cidade.
No trajeto, o amigo de Pablo conseguiu escapar do veículo dos criminosos e, mesmo ferido, procurou ajuda na polícia. Pablo foi executado, teve membros decepados e o corpo ocultado em uma região de mata, sendo encontrado após 42 dias de buscas.
Segundo a Polícia Civil, os crimes foram ordenados por um homem que está detido na Penitenciária Central do Estado e outro na penitenciária de Várzea Grande. Informações reunidas no inquérito apontam que o sequestro foi premeditado para torturar as vítimas a fim de que confessassem integrar uma facção criminosa rival.
Todos os 11 criminosos identificados na investigação foram indiciados pelos crimes de integrar organização criminosa, homicídio qualificado consumado, homicídio qualificado tentado, ocultação de cadáver, tortura majorada e sequestro.