O juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Campo Verde, Francisco Ney Gaiva, deferiu, ontem, o processamento da recuperação judicial para o Grupo Guanabara, composto pela Transportadora e Algodoeira Guanabara. As empresas tem como principal atividade a armazenagem e comercialização de algodão e transportes de cargas.
Com a reestruturação concedida pelo Poder Judiciário, o grupo, que emprega mais 60 pessoas, deverá renegociar aproximadamente R$ 20 milhões de passivo, sendo que mais de 80% dos débitos são com as instituições financeiras.
Nos autos do processo constou que a crise econômica financeira se agravou ainda mais nos últimos três anos, pois a empresa enfrentou grandes impactos de aumentos de custos operacionais, como combustíveis, peças e manutenção em geral, levando as mesmas a realizar empréstimos junto às instituições financeiras.
Além da nomeação do administrador judicial, o juiz também determinou a dispensa da apresentação de certidões negativas para que a empresa possa exercer suas atividades normalmente, assim como, a suspensão de todas as ações ou execuções contra o grupo.
Seguindo ainda os princípios da Lei de Recuperação Judicial também foi determinada a baixa das negativas da empresa no Serasa e nos cartórios de protesto, estendendo tal benefício aos coobrigados da empresa devedores (sócios avalistas), determinando que a empresa apresente dentro do prazo de 60 dias o plano de recuperação judicial, o qual conterá a forma e prazo de pagamento dos credores.
De acordo com o advogado da transportadora, Marco Aurélio Medeiros, a empresa captou recursos em instituições financeiras com taxas de juros maiores e prazos mais curtos, o que provocou alto endividamento, cenário este, que deverá ser sanado pela recuperação judicial, em vista da possibilidade de renegociação de forma coletiva com os seus credores.
Ainda segundo o advogado, com o deferimento do processamento, serão iniciadas as negociações com os credores para construção do plano de recuperação. “Assim em um curto prazo, a empresa poderá voltar a crescer e gerar mais renda para a sociedade local, mantendo os empregos de todo o corpo de funcionários que o grupo possui”.