A Justiça do Trabalho em Colíder realizou, ontem, audiência envolvendo três empresas do mesmo grupo familiar acusadas de manter trabalhadores em condições análogas à escravidão em suas fazendas, onde há criação de gado de corte e plantio de arroz. A previsão é que nos próximos 60 dias saia a sentença. As irregularidades foram denunciadas pelo Ministério Público do Trabalho do Trabalho, que ajuizou uma ação civil pública na qual pede a condenação das empresas em R$ 100 milhões por danos morais coletivos.
O resgate de 23 trabalhadores foi feito em junho de 2017 de uma grande fazenda. "Foram encontrados empregados e seus familiares, em especial crianças e uma trabalhadora grávida, todos expostos a riscos e com os direitos trabalhistas básicos negados", informa a assessoria do TRT. Entre outras irregularidades encontradas pelos fiscais, não havia registro de jornada, pagamento de salários, além da falta de água potável e condições básicas de higiene. Conforme os responsáveis pela fiscalização, os trabalhadores exerciam suas atividades na lavoura, serralheria e construção civil. No entanto, bombas de veneno ficavam próximas ao alojamento e sem qualquer isolamento. Também não havia Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
A audiência contou com uma operação coordenada pela coordenadoria de Segurança Institucional do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT/MT) para garantir a segurança do magistrado, procuradores do trabalho e servidores. A ação contou com apoio das polícias federal, civil militar e bombeiros.