A justiça aguarda apenas a citação de um dos réus, Acácio Batista, suspeito de envolvimento no latrocínio do acadêmico de Medicina, Eric Francio Severo, 21 anos, no final do ano passado, para definir a data em que todos os acusados irão a júri popular. O réu está no presídio José Parada Neto, em Guarulhos (SP) e seu depoimento será por meio de carta precatória. A informação foi confirmada pelo assistente de acusação, Felipe Guerra. “Já era para ter retornado esta carta precatória. A princípio, houve uma preocupação com os prazos, uma vez que os réus estão presos e têm prioridade no andamento do processo. Porém, a juíza responsável pelo caso está bem ‘antenada’ nestes trâmites. Com o retorno da carta precatória, o julgamento deve ser marcado o mais rápido possível”, afirmou.
Márcio Batista, Rafael Bueno dos Santos Mussuco e Kênia Canachiro figuram como réus no processo. Uma quinta pessoa envolvida está sendo investigada e também estaria detida em um presídio de São Paulo. Márcio e Rafael são suspeitos de terem roubado a caminhonete GM S-10 que estava com Eric no dia do crime. Eles também são apontados como acusados de executarem o acadêmico para não serem identificados.
Kênia Canachiro Dias, esposa de Márcio, é suspeita de dar apoio à ação. Ela teve um pedido de liberdade negado no início do mês passado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O relator do processo Gilberto Giraldelli, apontou que ficou “demonstrado o modus operante empregado pela paciente (Kenia) e demais denunciados, e a gravidade concreta dos fatos a ela imputado”. Segundo ele, a liberdade da acusada poderia “comprometer a instrução criminal e se furtar à aplicação da lei penal”, uma vez evidenciado o “periculum libertatis (termo jurídico que indica quando a liberdade do acusado oferece perigo), o que afigura necessária a manutenção da segregação, especialmente para a manutenção da ordem pública”.
Acácio, por sua vez, está preso há vários meses e cumpre pena por diversos crimes (não confirmados). Ele é acusado de ter encomendado a caminhonete para ser vendida do Paraguai, segundo o delegado da Polícia Civil de Sinop, Sérgio Ribeiro. Não foi apontada qual seria a suposta participação do quinto envolvido.
Conforme Só Notícias já informou, Márcio e Rafael foram presos em flagrante, com a caminhonete GM S10 branca roubada de Eric. Eles teriam dominado Eric instantes após ele sair de um bar, no centro da cidade e o executaram em uma mata, em Lucas do Rio Verde.
Os suspeitos foram presos por policiais rodoviários e recambiados para Sinop. Em depoimento, confessaram o latrocínio e aguardam julgamento, presos, no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”. Eles alegaram que a caminhonete foi encomendada por um presidiário em São Paulo e receberiam dinheiro para roubá-la e transportá-la.
Desde a morte de Eric, o jornalista e publicitário Leonildo Severo, pai do acadêmico, encampa uma campanha nacional pedindo leis mais duras para latrocidas. No final de abril, Leonildo entregou uma carta ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, cobrando mudan;cas. “A gente sabe que são vários projetos propondo o endurecimento das penas tramitando atualmente. Não tivemos nenhuma resposta concreta, mas ele se comprometeu a analisar o pedido”, explicou, ao Só Notícias.
A família também criou um abaixo-assinado pedindo que os deputados federais e senadores priorizem, com urgência, a votação de Leis Penais e de Execução Penal que garantam a segurança de pessoas de bem, em especial, o projeto de lei 353/2015 de autoria do deputado Major Olímpio Gomes (PDT/SP) que propõe penas de até 50 anos para crimes de latrocínio, extorsão, extorsão mediante sequestro, estupro e estupro de vulnerável.
O abaixo-assinado está disponível na Câmara de Dirigentes Lojistas de Sinop (CDL).