A juíza Gisele Alves da Silva acatou o pedido do Ministério Público do Estado (MPE) e determinou o afastamento de dois agentes penitenciários, um homem e uma mulher, acusados de receber propina para facilitar a entrada de 56 aparelhos celulares na cadeia de Lucas. Ambos continuarão recebendo salários, no entanto, tiveram R$ 104 mil bloqueados, valor supostamente cobrado de propina dos detentos.
O Ministério Público detalhou no pedido que investigou a denúncia de que os policiais penais teriam permitido a entrada dos aparelhos, entre março e agosto. De acordo com a denúncia, em alguns casos, os próprios agentes teriam levado os celulares. O MPE também citou a apreensão de outros dois aparelhos, que entraram posteriormente, e a apreensão de uma televisão “contendo mais de 20 celulares em seu interior”.
De acordo com o depoimento de outro policial penal, os dois agentes foram apontados como responsáveis pela entrada dos aparelhos depois “que um detento sofreu tentativa de homicídio, e resolveu contar o que sabia”. O preso detalhou que a agente penitenciária “estava todos os dias na cadeia”, mesmo quando não estava de plantão.
“Assim, todo o contexto trazido aos autos, sobretudo dos elementos coletados em sede de inquérito civil, dão a entender, ao menos em exame de cognição sumária, que os requeridos ingressaram, promoveram, intermediaram, auxiliaram e/ou facilitaram a entrada de aparelhos celulares, sem autorização, no Centro de Detenção Provisória local, o que poderá causar prejuízo à instrução processual, podendo inclusive, haver reincidência da conduta indevida, caso permaneçam no exercício da função”, destacou a juíza, ao deferir o pedido do Ministério Público.
Conforme Só Notícias já informou, em agosto, uma ação integrada revistou 12 celas da cadeia de Lucas e encontrou 53 celulares. Além de policiais penais, também participaram efetivos da Polícia Civil, Polícia Militar, Canil do Gefron e Ministério Público. A cadeia de Lucas abriga cerca de 230 presos.