O julgamento do principal suspeito de assassinar Rosilene da Silva Bachiega, 38 anos, foi novamente adiado. O crime ocorreu no dia 11 de outubro de 2011, em uma residência, na rua Jasmim, no bairro Jardim Maringá. A vítima foi atingida por oito facadas, não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Até agora, o júri já foi remarcado 13 vezes. A 11ª mudança ocorreu em setembro do ano passado, quando o defensor do acusado ingressou com pedido de redesignação, uma vez que teria que se deslocar para São Paulo para acompanhar a esposa em tratamento médico. Com o pedido aceito, o júri foi remarcado para maio deste ano.
Entretanto, sob a mesma justificativa, a Justiça de Sinop decidiu designar o julgamento para o dia 18 de novembro. Agora, foi adiado para 6 de dezembro, data em que o fazendeiro irá a julgamento por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Na primeira vez em que foi marcado, o júri estava previsto para maio de 2018. Naquele ano, no entanto, foram feitas quatro redesignações, para junho, setembro, novembro e, a última, para maio do ano seguinte. Em 2019, o júri foi remarcado mais três vezes, para setembro, antecipado para agosto, e, por último, adiado para março de 2020.
Com o início da pandemia de coronavírus, a Justiça havia decidido suspender o julgamento para agosto. Posteriormente, definiu que o fazendeiro seria julgado em junho de 2021. Depois, o júri acabou remarcado para setembro do mesmo ano, com previsão de que fosse realizado de maneira híbrida, ou seja, com apenas algumas pessoas no plenário, o que também não se concretizou.
Em alegações finais, a defesa pediu a absolvição do acusado “em razão de seu estado psíquico no momento do crime, o afastamento das circunstâncias qualificadoras do recurso que impossibilitou a defesa da vítima e motivo torpe e consequente desclassificação para o crime de homicídio simples”, o que não foi aceito pela Justiça.
Conforme Só Notícias já informou, a filha relatou que teve conhecimento de um conflito entre os pais e que Rosilene havia revelado ter sido ameaçada de morte pelo acusado. Ela contou que o pai estava passando por tratamento psiquiátrico na época e que apresentava “comportamentos infantis” e insônia, tendo ainda chorado “demasiadamente” antes do homicídio, quando a vítima foi “passar uns dias” em Colíder.
Ao prestar depoimento, o réu detalhou que foi casado com Rosilene por 22 anos e, no dia do crime, ela estava morando em outra residência. Segundo ele, a mulher queria o divórcio, situação que o deixou “muito abalado, pois não conseguia entender a razão”. O homem detalhou também que foi até a casa de uma amiga de Rosilene, onde a esposa acabou confessando relacionamentos extraconjugais.
De acordo com a versão contada pelo fazendeiro, a partir da “confissão”, os “ânimos foram se alterando” e a vítima pegou uma faca e o atacou. O réu afirmou que Rosilene desferiu um golpe de faca em seu abdômen, e outros mais, porém, disse que não se lembra quantos “golpes” deu nela.
O suspeito, na época, dirigia uma empresa de análise de solos em Sinop. Ele aguarda o julgamento em liberdade. Já Rosilene era engenheira agrônoma e formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ela foi sepultada em Colíder.