A Justiça decidiu adiar o júri popular de dois acusados de assassinar Carlos Alexandre Leite da Silva, 31 anos. A vítima foi morta a pauladas e pedradas, em janeiro de 2017, em uma região de chácaras na comunidade Vitória, em crime supostamente motivado pela guerra entre facções criminosas.
O julgamento foi marcado para o dia 29 de julho e, no final de maio, com a retomada dos atendimentos presenciais, que estavam suspensos por causa da pandemia, acabou sendo antecipado para 10 de junho. No entanto, a defesa apresentou atestado médico de um dos réus, apontando impossibilidade de comparecimento ao júri naquela data. A situação levou a Justiça de Sinop a designar a sessão para o dia 30 de setembro.
Na mesma decisão, foi reanalisada a prisão preventiva dos dois acusados. Para a Justiça, apenas um deve seguir na cadeia, já que possui quatro condenações criminais, “o que difere a sua situação em relação ao outro acusado, que não possui registro criminal após completar a maioridade penal”. Por esse motivo, um dos réus teve a prisão preventiva revogada e terá que cumprir medidas cautelares.
Conforme Só Notícias já informou, em 2018, a Justiça decidiu mandar a dupla a júri popular por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de maneira cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Os réus também foram pronunciados por corrupção de menores (seis vezes) e organização criminosa.
No final do ano passado, a Justiça impronunciou um terceiro acusado de envolvimento no homicídio. Com a decisão, o homem não irá a júri popular e deixou de responder pelo crime, a não ser que surjam novos indícios de autoria.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o crime foi cometido por cerca de dez pessoas, a maioria, menores de idade. Um policial civil que trabalhou nas investigações declarou à Justiça que o assassinato foi motivado em razão de uma rixa entre facções.
Detalhou também que o rosto da vítima ficou totalmente desfigurado “em razão dos diversos golpes que sofreu”. Os criminosos também escreveram, ao lado do corpo de Carlos, as siglas C.V., em referência a uma facção criminosa.