A Justiça acatou denúncia contra 17 membros da organização criminosa investigada na operação "Mercenários" e expediu a prisão preventiva contra 15 dos integrantes do grupo acusado de cometer homicídios com fins meramente financeiros. A operação foi deflagrada no dia 26 de abril, em ação conjunta da Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar e Politec, com apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
O juiz da 1ª Vara de Várzea Grande, Otávio Vinicius Peixoto, expediu mais de uma prisão preventiva para alguns dos membros, sendo que alguns deles ainda continuarão cumprindo prisão temporária (30 dias). Quinze dos acusados foram denunciados por crimes de homicídios e o organização criminosa, entre eles os seis policiais militares. Dois dos suspeitos foram denunciados apenas na organização criminosa.
Responderão processo por homicídios e organização criminosa os policiais militares: Claudemir Maia Monteiro (1 preventiva); Helbert de França Silva (4 prisão preventiva e mais 1 temporária); Ueliton Lopes Rodrigues (1 prisão preventiva); Pablo Plínio Mosqueiro Aguiar (1 preventiva); Vagner Dias Chagas (1 preventiva). O militar Jonathan Teodoro de Carvalho teve a prisão temporária renovada por mais 30 dias para continuidade das investigações.
Do grupo formado por vigias, empresários/mandantes, informantes e intermediadores permanecem presos: José Francisco Carvalho Pereira, conhecido por “Ceará”, com três ordens de prisão preventiva decretada; José Edimilson Pires dos Santos, mantido preso com 4 prisão preventiva e mais uma temporária; Claudiomar Garcia de Carvalho teve quatro prisão preventiva e mais um temporária decretada; Jefferson Fatimo da Silva continuará preso com duas prisão preventiva; Edervaldo Freire (1 preventiva); Francisnilson Deivison (1 preventiva); Marcos Augusto Ferreira Queiroz (1 preventiva); Fernando Marques Boabaid (1 preventiva).
Os suspeitos Roni José Batista e Diego Santos da Silva, ambos considerados informantes da quadrilha, foram denunciados por organização criminosa e tiveram prisão preventiva.
No decorrer das investigações, o suspeito Deivison Soares de Amarante foi liberado pela força-tarefa que manifestou ao juiz pelo não interesse da continuidade de sua prisão. No entanto, ele também foi denunciado por homicídio e organização criminosa e não teve nova prisão decretada.
As investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil, são oriundas de força-tarefa instituída em janeiro pela Sesp para esclarecimentos de homicídios dolosos considerados de alta complexidade e com características semelhantes, ocorridos no município de Várzea Grande.
Os suspeitos foram denunciados por sete mortes investigadas em cinco inquéritos de homicídios, todos ocorridos em Várzea Grande entre mês de março a 13 abril de 2016, sendo este último um triplo homicídio praticado no bairro Cristo Rei.
Confronto balístico realizado por peritos da Politec com as armas apreendidas na operação, mesmo ainda não estando finalizados para todos os casos apurados, já confirmou a utilização das armas em 18 inquéritos de homicídios investigados na DHPP.
Foram apreendidas 19 armas, possivelmente usadas nos crimes, como espingardas calibre 12, pistolas calibres 380 e 9mm, revólveres, além de 658 munições. Vestimentas como camisetas, calças pretas e também roupas camufladas, capuz, luvas, placas de veículos, coletes balísticos, rádios comunicadores, veículo, entre outros, foram encontrados com os suspeitos.
Os crimes, de acordo com a investigação, foram praticados pela organização criminosa formada com o objetivo de assassinar pessoas, não somente com antecedentes criminais, mas também sob encomenda, tendo como principal motivação o “comércio da morte”, e não o “exercício de justiça privada”, visto que além de indivíduos que possuem passagens criminais, matavam de forma “mercenária”.