O processo que investiga a morte de uma mulher identificada apenas como “Neuza”, em maio deste ano, na praça da Bíblia, permanecerá suspenso até a divulgação do laudo de sanidade mental de um dos dois acusados de cometerem o crime. A determinação partiu da juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim (foto), após pedido de revogação da prisão preventiva e instauração de incidente de insanidade, feito pela defesa do réu. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, a vítima foi esfaqueada e, em seguida, queimada ainda viva.
O advogado alegou que o suspeito é “usuário voraz de entorpecente, tendo desenvolvido problemas mentais em decorrência do uso contínuo de drogas, devendo o acusado ser recolhido em estabelecimento adequado para portadores de deficiência ou transtornos mentais ou, ainda, ser deferida a revogação da prisão com a finalidade de comparecer a tratamento ambulatorial”.
Para Rosângela, no entanto, “existe motivos para a manutenção da prisão”. Ela classificou a revogação como “temerária” e destacou que “não há nenhuma informação de que o requerente não esteja recebendo os devidos cuidados no estabelecimento prisional, pelo que, ao menos neste momento processual. Por tais motivos, destaco que a medida poderá oferecer ameaça concreta à aplicação da pena, porventura, imposta”.
Por outro lado, com a opinião favorável do Ministério Público, Rosângela determinou que a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) elabore um laudo pericial respondendo diversos questionamentos. A juíza quer saber se o acusado era, na época do assassinato, “inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. Também questionou se o suspeito é usuário de medicamentos psicotrópicos ou portador de alguma doença mental.
Após a divulgação do laudo, as partes envolvidas terão cinco dias para se manifestar.
Conforme Só Notícias já informou, pela denúncia, cada um dos acusados pegou uma faca e passou a golpear a vítima, que caiu. Em seguida, os suspeitos jogaram álcool na mulher “ainda com vida” e atearam fogo. Também teriam colocado um tronco de árvore sobre o corpo, com o objetivo de impedir que a mulher “se debatesse”, o que causou um “esmagamento na face”. A dinâmica do crime foi confirmada pelo exame feito pela Politec no local.
Rosângela recebeu a denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva dos suspeitos. Ambos vão responder por homicídio, cometido por motivo fútil, meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Também foram denunciados por tentar destruir o cadáver.
O segundo suspeito, que tem 40 anos, foi preso no município de Cláudia (90 km de Sinop), dias após o crime, em trabalho conjunto entre a Polícia Civil local e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Sinop. Um primeiro acusado, 26 anos, foi preso no dia 1º de junho, por policiais civis. Ele estava com alguns andarilhos em uma casa, localizada na avenida das Palmeiras, no Setor Industrial Sul. Ao ser preso, confessou o crime, mas relatou que estava sendo ameaçado pela vítima e outro andarilho. Afirmou ainda que desferiu alguns golpes de faca na mulher e, em seguida, ateou fogo no corpo.