A juíza da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Mônica Catarina Perri Siqueira, marcou para amanhã, a audiência para interrogar Hueder Marcos de Almeida, ex-funcionário de uma clínica de reabilitação e suspeito de envolvimento na morte do músico sinopense, Thiago Festa Figueiredo, em dezembro de 2011. Na última audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 2 de fevereiro, o réu não compareceu.
Ele aparece como o segundo investigado pela morte do músico. O outro é o investigador da Policia Civil, Kleber Ferraz Albuês, suspeito, conforme denúncia do Ministério Público Estadual, de conduzir o músico, sob ameaça de arma de fogo, à uma clínica de reabilitação, onde Hueder trabalhava. Lá, ambos teriam privado o músico de sua liberdade, mediante sequestro, através de internação em casa de saúde destinada a tratamento de desintoxicação, sem qualquer autorização familiar ou consentimento da própria vítima. Em seguida, eles teriam forçado Thiago a ingerir um composto de medicamentos de uso restrito e controlado, “sem qualquer autorização” e “assumindo o risco de matar a vítima, que havia tentado resistir à ingestão anunciando expressamente ser alérgico a determinadas substâncias”.
Eles ainda teriam, com o auxílio de uma terceira pessoa não identificada, ocultado o cadáver da vítima às margens da estrada de acesso ao Distrito da Guia, no bairro Bandeira, em Cuiabá. Posteriormente, Kleber, com a anuência de Hueder, supostamente inseriram declaração falsa em boletim de ocorrência e diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar e “alterar a verdade”.
Conforme Só Notícias já informou, o investigador foi alvo de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela Corregedoria e a demissão da Polícia Civil foi a punição apontada ao final do processo. Entretanto, o ex-governador Silval Barbosa, publicou, em dezembro do ano passado, um despacho readmitindo o policial ao cargo. Sem citar seu suposto envolvimento na morte do músico, a readmissão “passou em branco” na imprensa mato-grossense. Logo após ter sido afastado, em julho de 2014, o investigador havia feito um pedido de reconsideração, negado pelo próprio Silval.
Semana passada, atendendo a um pedido da Ouvidoria Geral da Polícia que manifestou “indignação” pelo fato do suspeito ter retomado seu cargo, o governador Pedro Taques decidiu que vai avaliar a readmissão. Após a defesa de Kleber se manifestar, o processo voltará para a “mesa” do governador, que decidirá se manterá ou não a demissão do acusado.
Segundo as investigações, os extratos bancários de Thiago apontam que ele fez um saque de R$ 5 mil um dia antes de morrer. Os cartões de banco bem como os pertences do músico nunca foram encontrados. O policial acusado é o mesmo que registrou a ocorrência e fazia isolamento do local, até a chegada da perícia, no dia do crime.