A juíza Daiane Marilyn Vaz decidiu manter preso um homem acusado de assassinar a companheira, em um sítio em Brasnorte (410 quilômetros de Sinop). Maria Aparecida de Souza, 61 anos, foi morta a tiros em maio do ano passado. O corpo dela foi encontrado quatro dias depois em uma área de pastagem.
Ao reanalisar a prisão do acusado, a juíza destacou a gravidade do crime. “Inexistem fatos novos capazes de guinar meu convencimento em sentido contrário ao que já decidi nestes autos, sobretudo em razão da gravidade concreta do delito, evidenciada pelo modus operandi perpetrado pelo réu, o qual, ao que tudo indica, praticou ilícito em detrimento de sua companheira de forma brutal, com diversos disparos de arma de fogo e, na sequência, arrastou o corpo para uma área de pastagem, com o fim de ocultar sua localização”, afirmou a magistrada.
Ela também lembrou que o suspeito fugiu do local e só foi encontrado dias depois, no município de Ji-Paraná, em Rondônia. “Adiciono a isso o fato de que o réu evadiu-se do local do delito para outro estado da Federação e permaneceu foragido até a sua prisão, ocorrida em 26 de maio de 2020, o que, a meu juízo, sinaliza seu desinteresse em colaborar com a instrução criminal. Nesse contexto, atenta a tudo isso, posiciono-me no sentido de que há fortes indícios da periculosidade do réu, o qual, se solto, poderá voltar à reiteração criminosa, máxime porque possui histórico de violência doméstica contra a mulher”.
O acusado já foi pronunciado e, com isso, irá a júri popular por homicídio qualificado, cometido de maneira que dificultou a defesa da vítima e contra a mulher em razão do gênero (feminicídio).