Após mais de oito anos, a juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, encerrou a fase processual sobre o acidente, ocorrido em maio de 2007, que ocasionou as mortes da bancária Rafaela de Medeiros, 22 anos (foto), Tatiane Mendes Valério, que trabalhava em uma concessionária de veículos, e Rosa Testi, 22 anos, funcionária de uma clínica médica. O Fiat Pálio prata, em que as jovens estavam, teria batido em um meio-fio na MT-140, próximo ao município de Santa Carmem, e capotado. As vítimas morreram na hora.
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o motorista do veículo, um jovem de 22 anos, na época, que sobreviveu ao acidente. Em alegações finais, a Promotoria apontou que, conforme depoimento do médico neurocirurgião responsável por prestar atendimento ao rapaz, o acusado apresentava “sonolência e hálito etílico”. O motorista ainda teria confirmado ao médico, por duas vezes, que bebeu antes de dirigir.
O laudo da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) também mostrou, segundo o MPE, que o veículo trafegava em uma velocidade média de 110 quilômetros por hora, “sendo que o local (do acidente) se trata de início e final de rodovia, ou seja, rodovia estadual e perímetro urbano, que possui limite de 80 quilômetros por hora e a municipal, 40 quilômetros por hora”.
Para o Ministério Público, o motorista agiu com “dolo eventual, ou seja, assumindo o risco de produzir o resultado, sendo que, no presente caso, foram as mortes das três vítimas. A dinâmica dos fatos – indicativos de uso de bebida alcóolica e direção em alta velocidade – efetivamente traz à baila fortes indícios de que o processado consentiu no resultado morte, tornado presente um contexto que aponta ter agido com dolo eventual, cujo elemento subjetivo deve ser enfrentado pelo Conselho de Sentença”.
O Ministério Público quer que o acusado seja pronunciado e submetido a júri popular. “Havendo mínimos elementos a apontar para a prática de homicídio em acidente de trânsito, na modalidade dolo eventual, afirmada está a competência do Tribunal do Júri, o juiz natural dos crimes dolosos contra a vida, a quem caberá perquirir, a fundo, o elemento subjetivo da conduta e eventuais teses defensivas”.
Conforme Só Notícias já informou, inicialmente, investigadores e peritos do Instituto de Criminalística encontraram, no local, os corpos de Rafaela e Tatiane. Mais tarde, localizaram a terceira vítima, que estaria a cerca de 20 metros do local onde o carro parou. Elas foram trasladadas para o (Instituto Médico Legal) onde foram feitas as necropsias apontando a causa da morte. As três tiveram fortes pancadas na cabeça.
As três vítimas foram sepultadas em Sinop.