A juíza da Vara Única da Comarca, Laura Cândido, acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual e abriu o processo penal contra o acusado de torturar, estuprar e assassinar a dona de casa, Gilvanice de Jesus Pereira, 33 anos, no mês passado em Porto de Gaúchos (150 quilômetros de Sinop). O agora réu vai responder pelo assassinato, com as agravantes de supostamente ter cometido o crime para garantir a ocultação de outro delito, e com emprego de meio cruel, motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima.
A magistrada ainda pediu, no despacho que consta no processo, que o laudo de sexologia e DNA, seja inserido nos autos, “já que a vítima fora submetida a coleta de material para tais exames”. O acusado tem dias para responder a acusação.
Conforme Só Notícias já informou, a vítima ficou desaparecida durante três dias. Ela havia sido visto pela última vez saindo de um posto de saúde no município. Policiais encontraram o corpo dela jogado em uma estrada vicinal. Pouco depois, o suspeito foi preso e confessou o crime.
O principal acusado disse que cometeu o crime por não aceitar o fim do relacionamento. “Ele confessou tudo. Disse que tiveram uma briga e ficou agressivo porque iriam terminar o relacionamento. Ainda confirmou que fez sexo com a vítima, mas disse que foi com o consentimento dela e antes de acontecer o desentendimento”, disse, ao Só Notícias, Albertino Felix de Brito Júnior, delegado responsável pelo caso.
Para o delegado, porém, a versão contada pelo acusado não bate com as provas reunidas pelos investigadores e, até mesmo, com o laudo de necropsia. “A minha opinião é que ele estuprou, torturou e matou ela a pauladas. Acredito que ele fiz isso para não ser reconhecido pelo crime de estupro. Ela era uma pessoa muito querida na região, casada, tinha filhos e tudo indica que eles sequer se conheciam. Ela chegou, inclusive, a implorar para não morrer e isso foi confirmado pelo acusado. Ele a asfixiou e, quando se preparava para fugir, percebeu que ela ainda estava viva. Voltou e deu três pauladas na cabeça dela para consumar o crime”, afirmou.
A dona de casa, segundo o delegado, foi encontrada nua e vários preservativos estavam espalhados na cena do crime. “Quando fizemos buscas na casa do suspeito, encontramos preservativos do mesmo lote dos que estavam jogados próximo ao corpo da vítima. Ele negava qualquer envolvimento, mas depois, uma jaqueta e uma pulseira de Gilvanice também foram achados, e ele acabou confessando o assassinato”.
O delegado ainda chamou a atenção para a frieza do acusado de ter cometido o crime. “É uma pessoa problemática, perigosa, que simula muitas informações. O certo é que até o júri popular muitas dessas dúvidas vão estar esclarecidas e a gente poderá afirmar com certeza quem fez isso com a Gilvanice”, ressaltou, apontando ainda que ele cumpria pena em regime semiaberto, por homicídio, “também com requintes de crueldade. É um psicopata. Eu vou investigar as cidades por onde ele passou para saber se ele não está envolvido em mais crimes”.
Mais duas pessoas chegaram a ser presas acusadas de envolvimento no crime, porém, foram liberadas por falta de provas.
Gilvanice morava há vários anos no município e o crime causou comoção e revolta na população de Porto dos Gaúchos, onde ela foi sepultada.