O juiz Dante Rodrigo Aranha da Silva decidiu mandar a júri popular o principal suspeito de matar a própria mãe, Ironir de Jesus dos Santos. Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, a vítima foi espancada até a morte, em novembro de 2020, em uma residência no Setor Ceará, em Nova Bandeirantes (521 quilômetros de Sinop).
Ao determinar o júri, o juiz citou indícios de materialidade e autoria do crime, que devem ser analisados pelo Conselho de Sentença. “Assim, pode-se afirmar que a materialidade está suficientemente indicada, concluindo-se, também a nível indiciário, que a vítima sofreu golpes com objeto contundente (socos, chutes, por exemplo), os quais causaram a lesão mencionada. Quanto à autoria, portanto, encontram-se indícios suficientes apontando para o acusado”, afirmou.
A decisão leva o suspeito a júri popular por homicídio duplamente qualificado, cometido por motivo torpe e contra a mulher em âmbito de violência doméstica. Caso condenado, o acusado também poderá ter a pena aumentada, em razão de o crime ter sido cometido contra pessoa idosa. O suspeito foi preso em dezembro do ano passado e ainda pode recorrer.
Segundo depoimento de testemunhas, o suspeito costumava agredir a mãe por causa de dinheiro. Outra filha da vítima relatou que, no dia em que Ironir foi espancada, recebeu uma ligação do irmão, que perguntava se ela iria “deixar a mãe morrer”. A mulher contou que foi até a residência da mãe, onde a encontrou “lesionada” e acionou o socorro médico. Segundo a testemunha, o suspeito relatou, na ocasião, que a mãe havia caído e se machucado. O acusado, no entanto, não havia chamado a ambulância.
O laudo de necropsia apontou que Ironir sofreu diversos edemas em várias regiões do corpo, “tanto na região anterior quanto posterior”. O laudo também concluiu que as lesões “são compatíveis com ‘trauma contundente’, e que a ‘morte tenha sido em decorrência de insuficiência respiratória secundária ao trauma’, bem como que as ‘lesões externas sugerem que houveram diversos golpes contra o corpo da vítima, corroborando com a hipótese de espancamento’.