O juiz da 1ª Vara Federal de Sinop, Murilo Mendes, realizou, ontem à tarde, uma audiência de conciliação com lideranças indígenas e representantes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Colíder. O objetivo era encontrar uma solução pacífica para a desocupação do prédio no qual funciona o Distrito Sanitário naquele município e que pertence à União, porém, não houve acordo entre as partes.
Além do membro do Ministério Público Federal, dos procuradores federais da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da União e dos servidores do Distrito Sanitário, participaram da audiência os representantes das etnias indígenas Kayapó, Panará, Terena, Trumai, Tapayuna e Mekrognotre.
Sem acordo a sede da unidade continua ocupada pelos indígenas desde o dia 28 do mês passado. O Ministério da Saúde chegou a acionar a Advocacia Geral da União (AGU) para ingressar com um pedido de reintegração de posse. A ocupação já dura 21 dias. A ação interfere diretamente no atendimento aos próprios índios.
Os indígenas cobram a exoneração da coordenadora da unidade, Sanna Rochelle Aparecida Silva Sarmento, que está à frente da instituição há seis meses, além de apontar a falta de atendimento médico e medicamentos. A invasão da unidade foi uma ação que antecedeu o bloqueio da BR-163, realizado pelos índios, por cinco dias entre os municípios de Itaúba e Nova Santa Helena, no final do mês passado e início deste mês.
Durante todo este período, a Polícia Rodoviária Federal fez a interlocução para liberar a rodovia e, no dia 4 deste mês, o Ministério da Justiça autorizou o envio da Força Nacional para desbloquear a rodovia, se fosse necessário.