O juiz federal em Sinop, Murilo Mendes ouviu, esta tarde, em Brasília, durante 7 horas, o depoimento do piloto norte-americano Jan Paul Paladino. Foi a primeria vez que ele se pronunciou desde que houve o acidente com o jato Legacy, que ele pilotava e o Boeing da Gol, em setembro de 2006, que caiu em uma mata, na região de Peixoto de Azevedo, no Nortão, deixando 154 mortos. O piloto Joseph Lepore, que estava com Paladino, deve ser ouvido, também por videoconferência, nesta quinta-feira (31). No processo, os dois respondem pelos crimes de omissão e negligência.
O juiz Murilo Mendes garantiu que o processo sobre o acidente não vai prescrever em junho deste ano, sem julgamento. “Este é o último ato antes da sentença e isso não vai passar o mês de abril”, declarou.
Ainda de acordo com o juiz, os réus terão prazo para se pronunciar sobre o caso antes da sentença. “Concluindo o interrogatório, o juizado abre prazo de três a cinco dias para as partes fazerem as considerações finais antes da sentença, o que deve levar um total de 15 dias”, disse.
O G1 informa que, de acordo com a assessoria da Justiça Federal do Distrito Federal, o depoimento começou com perguntas do juiz sobre o funcionamento da aeronave e os procedimentos de segurança adequados. O piloto explicou que, no Brasil, são adotados procedimentos de segurança internacionais. Foi perguntado também sobre a história dele na aviação. O piloto disse que foi o primeiro voo dele em um jato Legacy. Ele também falou sobre o transponder e equipamentos similares, dizendo que não notou nenhuma falha durante o voo. Paladino falou sobre o contato com os controladores de voo no país e outros procedimentos internos. Também afirmou que, em determinados momentos, teve dificuldade de contato e, em outros, não.
Após o Legacy atingir o Boeing que caiu em uma floresta, Paladino e Lepore pousaram o jato Legacy na Base Aérea do Cachimbo (PA), cerca de 350 km de onde houve o acidente. Eles ficaram alguns dias no Brasil, em um hotel, e depois voltaram para os Estados Unidos.
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