O juiz da 6ª Vara Cível, Mirko Vicenzo Gianotte, acatou o pedido de liminar, feito pela prefeitura, para que o Estado e o Instituto Gerir “restabeleçam” a admissão de pacientes de urgência e emergência no Hospital Regional de Sinop. O magistrado ainda determinou o imediato fornecimento de 72 leitos a serem distribuídos nas enfermarias de clínicas médicas, cirúrgica geral, ortopédica, pediátrica, Unidade de Cuidado Intensivo Adulto e na área de observação.
Ao ingressar com a ação, a prefeitura ressaltou que cerca de 30 pacientes estão internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), aguardando regulação. No documento o executivo alega que é de responsabilidade do governo a execução de serviços de média e alta complexidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Desde março do ano passado, estamos sofrendo. A UPA precisa encaminhar os pacientes mais graves para o hospital. Estamos tendo dificuldades por falta de atendimento. Já fizemos muitas ações, e fomos para Cuiabá cobrar melhorias de saúde. O município nunca deixou de atender a população, mas são especialidades que nós não temos competência, e a UPA não pode fazer cirurgias. Não estamos vendo solução, na semana passada recebemos nota informando o não recebimento dos pacientes da UPA. Não podemos deixar a unidade entrar em colapso. Então entramos com ação pedindo ajuda para a abrir a porta do hospital”, disse, na semana passada, a prefeita Rosana Martinelli.
Mirko, ao acatar o pedido da prefeitura, afirmou que os “requeridos” (instituto Gerir e o governo estadual) estão se “esquivando de sua responsabilidade no fornecimento dos atendimentos aos serviços de saúde”. Ele ainda rebateu os argumentos da administradora do hospital, de que não estaria recebendo os pagamentos por parte do Estado, lembrando que a Justiça já determinou ao governo a regularização dos débitos. Apontou também o bloqueio, feito por ele, de R$ 5,2 milhões para a regularização dos pagamentos dos prestadores de serviço e funcionamento da unidade.
Conforme Só Notícias já informou, os cerca de 400 técnicos em enfermagem e enfermeiros do hospital regional estão com os salários dos meses de outubro e novembro atrasados e, por isso, paralisaram as atividades na semana passada. Estão sendo mantidos 30% do efetivo no trabalho de enfermagem e 50% nos atendimentos nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) e Central de Material Esterilizado (CME).