Atoleiros, pontes caídas, estradas intransitáveis, alunos sem poder estudar devido às péssimas condições das estradas. Essa é a situação em parte do município de Itaúba (90 km de Sinop), de acordo com o prefeito Raimundo Zanon. Ele informou ao Só Notícias que, nesta quarta-feira, o município teve problemas em cinco pontos diferentes. “Me ligaram de várias regiões, em uma tinha um caminhão atolado, em outra era um ônibus, em outra uma ponte que caiu e por aí adiante. Estamos trabalhando noite e dia com nossos maquinários mas não estamos dando conta. As máquinas do Estado, que fazem parte do consórcio Portal da Amazônia que poderiam nos auxiliar, o governo mandou para a antiga BR-80, para ajudar os índios”, contou ele.
Uma das estradas mais afetadas é a que dá acesso à balsa do rio Teles Pires, que está com um atoleiro “monstruoso”, segundo o prefeito. “Nossas máquinas estão lá, fazendo um trabalho paliativo mas está muito molhado. Está intransitável o trecho ali na cabeceira. O nível do rio está muito alto e a água passa por cima da estrada”, explicou Zanon. Cerca de 70% do município, incluindo as comunidades e áreas produtivas, ficam do outro lado do rio e o transporte da produção é feito através da balsa.
A ponte sobre o rio Renato, que dá acesso ao município de Cláudia, rota de escoamento da produção agrícola, precisou ser interditada essa semana. “Um pedaço dela caiu. Estamos tentando arrumar, porque essa estrada é muito importante para o município”, explica.
O prefeito ressalta ainda que a comunidade Cruzeiro do Sul está sem aulas há 30 dias, porque o transporte escolar não consegue chegar. Em outros pontos, segundo ele, um ônibus vem até o ponto de atoleiro, as crianças descem e fazem a “baldeação”, utilizando outro veículo para terminar de chegar até a escola.
As lavouras também registram prejuízos. “Um produtor me relatou que perdeu 300 hectares de arroz. Também tem gente que perde o produto em cima dos caminhões, que não conseguem passar e o produto apodrece”, pontou.
O município decretou situação de emergência, já reconhecida pelo Estado, mas o prefeito não sabe ainda quanto será necessário para cobrir os prejuízos. “Ainda não deu para parar e contabilizar, até mesmo porque estamos tendo problemas diariamente ainda. A previsão é de mais chuvas nos próximos dias”, concluiu o prefeito.